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Meu nome é Renato Freitas,
eu sou formado pela Poli Engenharia Mecatrônica, me formei 2006, e eu sou
dos fundadores da 99 Taxis e eu que lidero a área de tecnologia da 99 Taxis.
A 99 Taxis é a minha segunda startup.
Meu primeiro startup foi o EbaH, uma rede de conteúdo para universitários.
E na 99 Taxis desde o começo eu quem lidero a área de tecnologia e desde o
comecinho eu fui dos primeiros caras a codificar os aplicativos,
que fez uma das primeiras versões do aplicativo, sistema e tudo e desde então
eu montei time nessa área aí, eu que cuido dessa área de tecnologia aqui dentro.
Dos principais aprendizados
acho que a partir do escalável são duas coisas, acho que a parte de produto,
principalmente numa startup de tecnologia acho que tem uma parte que é produto,
mesmo e tem uma parte que é tecnologia,
e a parte de tecnologia é uma coisa mais de mercado assim como você faz
sistema escalável e tal, então como que você leva as coisas pra nuvem, como que
você faz para sistema aguentar grande número de pessoas usando ao mesmo tempo.
Na 99 Taxi a gente tem algumas peculiaridades porque tem algumas
questões de pouco mais de real time e de você conseguir
usar e saber os taxistas que estão lá naquela hora,
e uma comunicação pouco mais instantânea mesmo mas também tem o lado do produto,
que é pensar produto escalável e é uma coisa muito interessante de pensar mesmo.
Porque você tem meio que projetar produto para qualquer pessoa usar e acho que
bom jeito de pensar isso é, o produto tem que ser o mais simples possível,
então uma coisa muito legal da 99 Taxis e até eu já tive feedback de algumas pessoas
é, cara é produto de botão, é meio que como o Google assim.
Então é botão, você vai pedir táxi.
Tudo bem, a gente pendura algumas coisinhas lá, mas a funcionalidade básica
é pedir táxi então assim, simplicidade é uma coisa muito mágica.
Quando você consegue uma solução simples para
problema ela geralmente é uma solução muito boa.
As vezes você tem que pensar bastante e colocar bastante esforço nisso para você
ter uma solução simples mas eu acho que simplicidade é uma coisa muito boa.
E a outra coisa é você pensar realmente usabilidade mesmo,
eu sei que hoje dia isso está super clichê e tal mas é você se colocar no lugar
daquele cara que está usando, e você fazer com que seja mais fácil
mais obvio mais rápido mais intuitivo para as pessoas usarem.
Aprendizado legal disso aí benchmark,
é pegar produtos são produtos que já tem público muito grande,
público que gosta, e que usa sem errar por exemplo que usa de forma fácil,
você trazer isso para o seu produto.
Então por exemplo, benchmarks bons para a 99 Taxis é basicamente qualquer
outro produto que utilize mapas por exemplo então o Google Maps por exemplo,
o Foursquare, esses caras acabam sendo bons benchmarks,
são produtos que já estão relativamente consolidados e que têm informações muito
legais de como pessoas costumam interagir com mapas.
[SEM_AUDIO] É interessante isso,
acho que uma coisa muito legal da 99 Taxis é que eu gosto muito,
eu tenho muito orgulho de falar isso é que a gente sempre tenta ter uma
solução diferente do mercado assim, para os problemas que a gente tem aqui dentro.
Então quando a gente se depara com problema aqui
dentro a gente não vai na solução óbvia, na solução rápida de bate-pronto,
ou uma solução de mercado que a gente vem aplicar aqui.
A gente realmente para e pensa pouco melhor qual que é a melhor solução
para aquilo.
Acho que tem duas coisas na 99 Taxis e eu gosto muito de
dar o exemplo disso uma delas foi claramente uma escolha,
e a outra delas foi uma consequência de como a gente pensa mesmo.
Então eu acho que parte de você ter foco legal no produto,
você ter uma cultura de produto de você simples se colocar no lugar do usuário,
de você tentar entender aquele cara o máximo possível e estar bem próximo.
Uma coisa muito legal da 99 Taxis desde o começo é que a gente sempre teve essa
proximidade junto com os nossos clientes.
Principalmente no começo, era muito valioso para a gente,
a gente ter produto com excelência para o lado do taxista.
A gente tinha uma proximidade muito grande com eles porque não somos apenas os
fundadores trabalhando na 99 Taxis, então a gente estava ali no dia a dia ali com
o cara vendo quais são as necessidades, quais são os problemas,
quais são as dificuldades, o que aquele cara valoriza,
o que aquele cara não valoriza acho que foi uma coisa muito legal.
Então dos dois exemplo que eu ia dar, o primeiro é como
funciona o nosso sistema que a gente chama de sistema de despacho de corridas,
que é como a gente seleciona os taxistas.
Então as soluções que tem por aí outros aplicativos,
quando você faz uma chamada o sistema, todos os sistemas de táxi
acabam funcionando eles ficam monitorando todos os taxistas o tempo todo,
então na hora que você fez uma chamada ele sabe se o taxista que estão alí volta.
Os sistemas de outros aplicativos ele saem disparando essas chamadas para os
outros taxistas e o primeiro taxista que aceita a corrida é o taxista que é
selecionado para a corrida e aí troca as informações de passageiro para taxista
e taxista para passageiro.
na 99 Taxi a gente não faz or primeiro a gente manda as chamadas para os taxistas,
e a gente espera e depois que a gente tem volume de respostas daquilo alí da oferta
de corrida, aí o sistema roda algoritmo para tentar solucionar qual o melhor
taxista para aquela corrida, então, e muitas vezes o melhor taxista para aquela
corida não é o primeiro que responde é o cara que está mais perto por exemplo,
é o cara que não está tão perto mas tem uma variação legal mas é as vezes não é o
cara primeiro que responde que as vezes ele está muito longe.
Então isso é uma coisa que não foi exatamente uma escolha que a gente fez por
que quando a gente projetou isso a gente não conhecia como funcionava os outros
aplicativos mas foi uma coisa que desde o começo que a gente tinha essa cultura de
produto, cultura de se colocar no lugar das pessoas.
A gente falou: ''Cara, como que seria a melhor situação para escolher, a melhor
a forma de escolher taxista 'para aquela pessoa?'' A gente pensou desse jeito.
E outro exemplo que eu gosto muito de dar é o exemplo de como funciona o nosso meio
de pagamento.
Isso é uma escolha mesmo foi
a gente realmente listou várias alternativas para a solução desse
problema e a gente escolheu a que no final das contas tinha maior foco,
foco maior no produto, foco maior na experiência do usuário e basicamente,
só explicando como funciona, como seria a solução tradicional desse problema,
é enfim você precisa de colocar pagamento eletrônico numa corrida de táxi.
A solução tradicional passa por isso é mais ou menos o seguinte chega no final
da corrida o taxista vai lá digita o valor da corrida no aplicativo dele,
o aplicativo dele faz uma chamada para o sistema,
o sistema manda uma mensagem para o aplicativo do passageiro dizendo ''Olha,
olha taxista está querendo te cobrar 25 reais, você está de acordo com isso?".
Sim, faz isso o aplicativo do passageiro faz uma chamada para sistema, o
sistema transaciona no cartão de crédito e responde para o aplicativo do taxista: ok,
o pagamento está aprovado, pode liberar o passageiro.
Esse processo precisa de internet, precisa dos dois aplicativos lá olhando,
os dois olhando para o aplicativo e tal e acaba sendo processo muito lendo
principalmente com 3g, tipo esse tipo de coisa é uma situação que você está
querendo descer do táxi, então você quer uma situação que seja rápida,
você quer resolver aquilo rápido para descer porque tem transito, porque
você está lugar que você não pode demorar muito com o carro estacionado e tal.
E para a 99 Taxis a gente pensou ''Cara como que pode ser uma solução melhor para
isso aí?'' E a solução da 99 Taxis, a experiencia fica muito legal.
E a experiencia no final da corrida funciona o seguinte, no final da corrida o
taxista precisa simplesmente fazer o mesmo processo que ele faz
qualquer corrida mesmo que não seja uma corrida de pagamento dentro do aplicativo,
ele vai no aplicativo dele digita o valor do taxímetro o passageiro vai até
o aplicativo do taxista e ele confere o valor e digita os 3 primeiros
dígitos do CPF dele, e é isso.
O passageiro pode descer do táxi.
Esse processo dura no máximo 10 segundos, e você consegue descer do táxi bem rápido,
e nessa solução não precisa de internet no aplicativo do passageiro.
Na verdade aplicativo do passageiro não precisa nem estar ligado pode ter acabado
a bateria, pode ter perdido.
E o plicativo do taxista não precisa de internet, precisa só de bateria,
só precisa estar ligado.
E a maior parte dos taxistas tem a bateria ligada no isqueiro do carro.
E então assim, é uma solução muito legal,
a experiencia dentro do táxi fica uma experiencia muito mais legal.
É outra coisa que bem legal desse processo é que você escolhe o meio de pagamento da
corrida antes da corrida acontecer então uma vez que a corrida já aconteceu já está
garantido que aquele meio de pagamento vai funcionar mas foi uma decisão de negocios
que não necessariamente a curto prazo não é muito boa ao longo prazo é muito mais
legal porque acaba sendo uma experiencia mais legal para o usuário mas o que
acontece é que a gente sabia disso desde o começo, quando a gente coloca
processo desse que não funciona com internet, o que que acontece?
Aquelas informações ficam armazenadas no aplicativo do taxista,
e quando o aplicativo tem internet ele manda para o nosso sistema e aí o sistema
transaciona no cartão de credito.
Isso pode falhar pode não acontecer, pode acontecer que o catão de crédito venceu,
ou ele não tem limite esse tipo de coisa, então o pagamento fica pendente fica
pagamento aberto ali e a gente precisa lidar com isso.
Então a diferença entre a solução a primeira solução solução que eu
coloquei a segunda.
Que a primeira solução está garantida porque o pagamento já foi efetuado.
A segunda não.
Então o que acontece é que a gente traz para dentro de casa,
para dentro da 99 Taxis processo grande.
Então no final das contas, depois disto,
depois desta corrida que deu problema no pagamento,
a gente precisa de uma parte do sistema lhe dando com este tipo de pagamento,
a gente precisa de uma quantidade de pessoas que vão estar lhe dando com o
operacional disto.Ou então, gente que não conseguiu pagar o cartão de crédito,
a gente precisa fazer contato com a pessoa, precisa ligar, precisar mandar
SMS, precisa mandar e-mail para a pessoa atualizar o meio de pagamento.
E no pior dos casos, a gente não vai receber aquela corrida.
Então é dinheiro que a empresa deixou de ganhar, é dinheiro que a gente
pagou o taxista e no final das contas a gente não recebeu do passageiro.
Então esta é uma decisão que a gente teve que fazer,
uma decisão bem focada experiência, produto mesmo e que tem consequências
que não são legais para outras áreas da empresa, como área de risco,
área financeira, este tipo de coisa.
Mas a gente acredita que no longo prazo você oferecendo uma solução para as
pessoas que você tem uma experiência mais legal,
você tem produto mais interessante para ela, que te dá menos estas frustrações
esquisitas de internet não estar funcionando, ou de lerdeza
na hora de fazer o pagamento e a gente acredita que foi uma solução muito boa.
Hoje a gente tem uma aceitação muito legal, é fácil dizer isto depois do que
aconteceu, antes de acontecer a gente não sabia disto,
mas está aí exemplo de uma coisa que a gente foca bastante na experiência do
usuário e a gente acaba até, como é que eu vou dizer, penalizando
outras áreas da empresa prol de a gente ter uma experiência legal para o usuário.
Para quem está assumindo uma área de produto, eu
acho que a coisa mais legal que você pode fazer é incorporar ser o cara de produto.
E incorporar ser o cara de produto significa você ser apaixonado por produto.
Tenta instigar dentro de
você curiosidade e a vontade de entender como que os produtos funcionam.
Eu não diria isto só para a área de tecnologia,
eu diria isto para qualquer coisa.
Eu diria isto para uma embalagem que você for
comprar alguma coisa no mercado, para garrafa de Coca Cola,
para pedal que tem no seu carro, ou para o som que tem no seu carro.
Para qualquer coisa que seja do dia a dia inseticida, por exemplo.
Qualquer coisa que seja do seu dia a dia que você se interesse por
como aquela coisa foi projetada.
Eu acho que você estimular seu raciocínio, entender porque que
as coisas funcionam deste jeito, ou porque que as coisas não funcionam deste jeito.
Acho que é uma coisa bastante interessante, assim.
E até experiências, várias coisas,
experiências que, acho que produto não é só a parte
de produto que você toca e que você realmente vê e você manuseia.
Por exemplo, o produto tem muito a ver com experiência mesmo,
produto tem a ver com coisas que não necessariamente você manuseia.
Exemplo que eu acho muito legal é: uma vez eu fui
supermercado na Europa que não tem o caixa, quem faz o caixa é você.
Então aquilo é uma experiência muito legal.
Não necessariamente aquilo é produto,
produto como parte de uma coisa que faz parte, mas é uma experiência muito legal.
Este exemplo que eu dei da 99 Taxis, do pagamento quase que não é produto.
É mais uma experiência do que é produto.
Então realmente focar pensar como as coisas
podem facilitar a vida das pessoas, deixar a vida das pessoas mais legais e tal.
Eu acho que é isto que eu colocaria como dica de produto, assim.
Se expor a situações onde você está analisando como as coisas foram desenhadas
para ser, seja ela para o lado bom ou para o lado ruim.
O dia a dia como CTO é bastante,
hoje dia é que está pouco diferente porque no final das contas eu tenho pouco
contato com o operacional, com a tecnologia.
Então eu escrevo quase nada de código.
Então eu estou mais ajudando decisões estratégicas de tecnologia.
Então como funciona a arquitetuta do sistema,
o que é possível fazer com o produto, o que não é possível fazer com o produto.
E também outra decisão,
outra coisa que é bastante presente no dia a dia aqui é a priorização.
Acho que umas das coisas mais difíceis entre uma startup é que você tem
caminhão de coisas que você quer fazer e você precisa priorizar aquilo.
Muita gente diz que isto é o problema que toda empresa tem, não é só a startup.
Mas eu acho que startup tem uma característica mais forte
disto porque você tem caminhão de coisas que você quer construir e isto é muito
maior do que você já construiu.
Você construiu muito pouca coisa e você quer construir muito mais coisas.
Empresas que já estão mais consolidadas, você já construiu muita coisa,
então as coisas ficam pouco mais óbvias de como você vai priorizar aquilo.
Uma startup é mais difícil, assim, o risco de você priorizar errado é pouco maior.
Então acho que bastante coisa do dia a dia aqui é realmente conseguir ter o feeling
de priorizar para atender feature de mercado, para atender segurança
do sistema, estabilidade do sistema, algum requisito de produto,
o contrabalancear entre se você vai colocar uma feature nova para o passageiro
ou para o taxista, ou algum meio de pagamento novo.
Então assim, tem monte de coisa que é bastante difícil de fazer.
Então boa parte do dia a dia é voltado a planejamento,
priorização e dizendo as funções.
A outra parte é tocar burro mesmo, é ir lá ver o que foi planejado, se foi cumprido,
se não foi cumprido.
Quais são os problemas do dia a dia, definir a arquitetura do sistema,
definir que tecnologia vai usar, que tecnologia que não vai usar, como vai ser
o processo de desenvolvimento, se a gente vai usar Scrum, se a gente vai usar XP,
então pouquinho de processo e pouquinho de planejamento estratégico.
Bom pessoal, eu espero que vocês tenham gostado.
Eu espero que compartilhar pouco minha experiência tenha sido útil para vocês.
Obrigado pela atenção de vocês e usem a 99 Taxis.
Abraço.
Tchau, tchau.
[SEM AUDIO]