[MÚSICA] Olá. Nós vamos ver aqui uma visão integrada agora dos demonstrativos do resultado do exercÃcio e fluxo de caixa, e nós vamos fechar isso depois comparando os balanços de uma empresa. Nosso objetivo então é descrever como o DRE e o DFC afetam dois balanços sucessivos de uma empresa de forma integrada e diferenciar esses lançamentos do DRE e do DFC, que são "demonstrativo do resultado do exercÃcio" e "demonstrativo do fluxo de caixa" da empresa. Como a gente pode ver aqui, a gente vai ter dois balanços de anos sucessivos. Então temos aqui o balanço do ano anterior e o balanço do ano atual. Se eu pegar o caixa de ano e comparar com o caixa do ano seguinte, isso vai estar apresentado no meu demonstrativo de fluxo de caixa ou DFC. Nesse DFC, como eu faço? O caixa do ano inicial, somando o fluxo de caixa operacional mais de financiamento, mais de investimento, chega no fluxo de caixa final. Então eu entendo como variou essa conta. Por outro lado, como a gente já viu, isso não necessariamente representa resultados, representa variação de caixa. Agora, termos de resultados, eu tenho que entender como a empresa gerou lucros. Então vou pegar as reservas de uma empresa e ver como ela varia pro ano seguinte. Mas, pra isso, eu vou passar pelo DRE, que é o demonstrativo do resultado do exercÃcio. O que eu vou fazer? Pegar as receitas, tirar os custos e despesas, achar o lucro lÃquido. Então, aqui, é quanto de fato a empresa gerou resultado. Esse é o número mais importante relação ao resultado passionista, que é o lucro lÃquido da empresa. Esse número tem que ser número positivo e bom número. Quanto maior esse número, mais felizes ficam os acionistas e os investidores dessa empresa. Agora, nesse montante, eu vou ver quanto eu paguei de dividendo pros acionistas. Se eu tirar o lucro lÃquido dos dividendos e somar na reserva do ano anterior, eu chego na reserva do ano atual. Vamos pegar o exemplo da Natura. No caso da Natura, se eu pegar aqui, de 2015 pra 2016, e vejam que aqui não está ordem cronológica. É muito comum os demonstrativos financeiros serem apresentados. A primeira coluna, o último número, o número mais recente. A segunda coluna o número da publicação anterior. Então a gente tem 2016 e depois 2015. Veja que o resultado, 2015 eu tinha caixa de 1.591 e, 2016, caixa de 1.091. Houve uma variação de cerca de R$ 500 milhões. Uma redução de R$ 500 milhões no caixa da Natura. Mas isso não quer dizer que ela teve prejuÃzo, quer dizer simplesmente que ela está com caixa menor. Porque, se eu for olhar agora na reserva de lucros, eu vou olhar que a reserva de lucros dela subiu. Na realidade, de 467 pra 604 milhões, né? Então houve aumento de R$ 137 milhões. Isso foi parte dos resultados, mas não necessariamente todos os resultados. Eu tenho que olhar o DRE pra entender exatamente como isso foi apurado. Né? Então nós vamos ver essa parte comparando agora o DRE com o DFC. Se eu pegar o meu DRE, aqueles R$ 137 milhões que foram adicionados à reserva da Natura de lucros estão demonstrados aqui. Como é que eles foram obtidos? Eu peguei a receita, que foi o total de vendas que a Natura fez no ano de 2016, que foram 7 bilhões e 912 milhões de reais, tirei os custos e bens de serviço, as despesas operacionais, obtive o meu LAJIR ou EBIT de bilhão e 82 milhões, tirei o resultado financeiro, obtive o lucro antes do imposto de renda, tirei o imposto de renda e obtive o lucro lÃquido. Então 308 milhões foi o montante que os acionistas da Natura ficaram mais ricos ao longo do ano de 2016. Desse montante eu tiro 171, que foi pago dinheiro aos acionistas e chego ao aumento de reserva de lucro de 137. Esse montante de 137 foi adicionado à reserva porque foi investido pra que a Natura consiga continuar crescendo as suas operações. Agora, se eu olhar no DFC, eu vou ver que a empresa teve uma movimentação negativa de 500 milhões no seu caixa. Como que ela fez isso, né? Vai ser com a soma dos montantes das atividades operacionais, investimento e financiamento. Então, basicamente, esses valores são diferentes. Porque o DRE, ele é apurado como o resultado regime de competência, então isso é quanto de fato os acionistas ficaram mais ricos. Ou seja, 308 milhões mais ricos nesse ano, com 137 ficando na reserva de lucro. Mas, termos de fluxo de caixa, a empresa reduziu 500 milhões nesse ano, porque, do montante de dinheiro que ela gerou com as operações, ela tirou 302 pra comprar novos investimentos e ainda pagou 975 pra amortizar vários empréstimos. Veja que ela amortizou ali empréstimos no montante de bilhão e 879 milhões. Ou seja, 2016, ela reduziu o seu endividamento, né? E ainda pagou os dividendos. Então, com tudo isso, ela chegou numa variação negativa de caixa de 500 milhões. Veja que são medidas diferentes, e é bem importante a gente verificar que esses 500 milhões negativos, de redução de caixa, não eram negativos pra empresa. Isso pode ser até uma boa notÃcia. Pode ser que ela está operando com caixa pouco menor. Agora, seria preocupante se o saldo final de caixa fosse muito pequeno porque ela poderia estar ficando com pouco dinheiro pra honrar os seus compromissos. Já, se olhar pro DRE, a importância dele é que ele mostra de fato quanto os acionistas ficaram mais ricos nesse perÃodo. Então aqui fica bem claro a diferença entre os dois conceitos: o conceito de competência, o conceito de caixa, e dos dois demonstrativos de fluxo de caixa que impactam o meu balanço de formas diferenciadas. [MÚSICA]