[MÚSICA] [MÚSICA] [MÚSICA] Olá alunos! Tudo bem? Sejam todos muito bem vindos ao nosso módulo de Gestão de Estoque dentro do nosso curso de Gestão Integrada da Logística. Meu nome é Júlio César Passos e estarei com vocês, nessa lição, para mostrar as principais características e a importância da gestão dos estoques para a logística. Vamos lá? O objetivo que nós temos com esse módulo é apresentar os conceitos e as características dos estoques dentro da indústria; prever a demanda e o atendimento do mercado, entender nossos clientes; conhecer os indicadores de desempenho e reposição dos estoques, tão importantes para a área de gestão; e apresentar as principais políticas de estoques presentes nessas operações dos estoques. Vamos lá? Bom, primeiro vamos começar com conceito dos estoques e os tipos e as características. O objetivo dessa lição, somente para poder situar onde nós estamos e para onde nós iremos, é capacitar você a identificar alguns conceitos e características presentes nos estoques. Bom, historicamente, nós temos vários eventos durante a história que identificam a necessidade e a importância, dentro dos estoques, na logística. Desde o Egito antigo, nós já temos histórias bíblicas que descrevem o processo de se manter estoques para altos e baixos entre safras, para poder continuar com o abastecimento das necessidades básicas das cidades. Nós temos, também, acúmulos de itens nos estoques com o objetivo de manter a sobrevivência desses povos da antiguidade, durante períodos de frio. E esses estoques, também, ao longo da história, não se limitavam somente a produtos acabados, mas hoje também, na indústria, nós temos vários tipos de produtos que também são considerados estoques e a gente vai mostrar para vocês quais são. Os estoques possuem características relativas a entradas e saídas de materiais dentro das operações; sofrem sazonalidades impostas pelo mercado, então, todo e qualquer tipo de variação que eu tenha no mercado, o meu estoque sente isso, por isso a importância de fazer bom gerenciamento de estoques; representa montante financeiro nas empresas, então, se eu tenho estoque, tenho custo inerente a esse estoque e é prudente que eu faça uma gestão eficiente dele; e a sua gestão impacta diretamente na competitividade da empresa. Eu preciso fazer uma gestão eficiente para que a empresa tenha competitividade na escolha do cliente no mercado. E, não menos importante, nós temos, também, os impactos gerados ao longo da cadeia de suprimentos, com a gestão eficiente ou não dos estoques. Os estoques têm diversas características: eu posso ter estoque de produto acabado, embalado dentro de centro de distribuição; eu posso ter esse produto acabado já nas gôndolas do varejo, do mercado; e tenho também esse produto gerando estoque não somente dentro das instalações, mas também no estoque trânsito, que são estoques que estão alocados dentro dos nossos veículos e dos modais de transportes ao longo da cadeia de suprimentos. É importante ressaltar também, que ao longo da cadeia de suprimentos, a má gestão desse estoque me gera efeito que é conhecido como efeito "chicote". Como podemos ver na figura, uma das questões importantes na gestão dos estoques nas organizações, é que ela não se limita somente a cada empresa separadamente. Isso porque quando não gerenciados de maneira eficiente, seus níveis podem ser diferentes ao longo de toda a cadeia de suprimentos, ao que se dá o nome de efeito "chicote". Este efeito ocorre devido às diferentes oscilações de níveis que ocorrem de empresa para empresa, desde o varejista até o fornecedor da matéria prima, no início da cadeia de suprimentos. O gráfico ilustra esse comportamento onde, a linha lilás ilustra o nível de estoque lá no varejista; a linha verde, o nível de estoque no distribuidor; a linha vermelha, o nível de estoque no fabricante; e a linha azul, o nível de estoque no fornecedor. Este efeito, que é uma distorção de desenvolvimento de estoque entre demanda e procura, a gente dá o nome de efeito "chicote", o que é nocivo para as operações logísticas. Para a gente conceituar e ter parâmetro, nós vamos conceituar aqui, segundo autor muito conhecido, Love, ele conceitua os estoques como qualquer quantidade de produtos, materiais, sob o controle da empresa, estado relativamente ocioso, esperando o seu uso, a sua venda. Então, tudo o que eu tenho armazenado na minha indústria, no meu centro de distribuição, no meu estoque, é resultado de estoque que está ali aguardando para poder ser utilizado. Na operação ilustrada que nós temos no desenho, nós temos, primeiramente, o estoque de matéria prima que passa por uma operação produtiva determinada "Operação Produtiva 1"; depois eu tenho estoque processo, a gente vai conhecer daqui a pouco alguns nomes técnicos; depois ele passa pela "Operação Produtiva 2"; e depois eu tenho o "Estoque de Produto Acabado". Então, todos esses intermediários que eu tenho no meu sistema produtivo são considerados estoques e devem ser gerenciados eficientemente pelas empresas. E quais são as principais causas dos estoques? Nós temos diversas que podem impactar positiva ou negativamente nos nossos estoques, e eu coloco aqui para vocês alguns exemplos. Falha ou ausência de informação, isso faz com que eu gere estoque nas minhas operações, então, informação de obtenção, de informação, ou então, às vezes, a falha numa tecnologia, a falta dessa tecnologia na minha operação. Eu tenho também dificuldades de previsão, então, eu não consigo prever com tanta exatidão a minha demanda, então, isso gere estoque na minha operação também. Operações de suprimentos, o tempo que o meu fornecedor demora para poder me entregar esse produto, ou então, a falta dele, ou o excesso desse abastecimento me gera estoque. Tem também a especulação de mercado, então, a oportunidade de algum negócio, ou a escassez de alguma matéria prima, ou de algum produto faz com que eu gere estoques na minha cadeia de suprimentos. O canal de distribuição também impacta, de maneira significativa, na minha cadeia de suprimentos e faz com que eu gere estoque, tanto no varejista quanto no estoque trânsito. Quais são os principais tipos de estoques presentes na cadeia de suprimentos? Nós temos, primeiramente, as matérias primas que são representadas pela sigla "MP", então, a matéria prima é tudo que eu extraio da natureza para transformar produto acabado, isso também é considerado uma matéria prima. Eu tenho "Materiais Indiretos", que é representado pelo "MRO", que é "Maintenance Repair and Operating", que eu utilizo para poder manter minha operação produção, então, todo tipo de material auxiliar, graxa, óleo, combustível. energia elétrica, também, é tipo de produto que eu utilizo como subsídio para poder manter minha operação ativa. Os "Materiais Processos", que são os materiais que eu tenho entre as operações, os chamados "Working Process", da sigla "WIP", que são os produtos semiacabados que eu tenho na minha operação. E tenho, também, finalmente, o produto acabado que é representado pelo "PA", que já é o produto que eu comercializado com o meu cliente lá no final da cadeia de suprimentos. Eu tenho dois exemplos aqui. Na foto vocês podem ver que é produto embalado, encaixotado que eu tenho armazenado no estoque. E do outro lado, eu tenho monte, esse monte é na realidade produto, que tem valor agregado inerente a ele e utilizado para siderúrgicas e as cimenteiras fazerem as produções delas nos autofornos, que é o "coque" de petróleo. Então, isso também é estoque e deve ser gerenciado de maneira eficiente. E quais os tipos de estoques e algumas características iniciais dos estoques? Eles são classificados também pelo tipo de demanda. Nós temos os estoques que são delineados pela demanda dependente e também demanda independente. O quê que é estoque com características de demanda dependente? É estoque que precisa da produção de produto para que eu possa consumi-lo. E o de demanda independente é, na verdade, produto acabado, ele não depende da produção de outro produto para poder ser comercializado. Exemplo que eu dou para vocês é o próprio pneu. O pneu é produto característico de demanda dependente, porque eu dependo da fabricação de automóveis para poder consumir esse estoque. O carro, por sua vez, é produto caracterizado por demanda independente, porque ele é produto finalizado já para ser comercializado pelo meu cliente, não depende de nenhuma outra produção para que eu possa consumir esse estoque. E quais são as funções do estoque? As funções do estoque são as mais diversas possíveis e vai ser caracterizado de acordo com a estratégia da empresa. Uma das funções do estoque é o pronto atendimento. Então, se o meu cliente procura produto, ou então se a minha indústria procura determinada matéria prima, eu tenho ali para poder atender essa demanda. Eu tenho também proteção contra falta de produto, ou a quebra de estoque, isso é muito importante, então, eu protejo a minha operação e o meu negócio da falta de estoque. Eu tenho também função de ganho de escala, assim, conforme a quantidade aumenta eu consigo ter ganhos de escalas, ou então, economias de escala na obtenção e na venda desse produto, consigo pleitear melhores preços. Eu tenho também a especulação, assim eu consigo especular no mercado de uma maneira mais eficiente, se eu tenho estoque ou não. E com o estoque, também, eu consigo antecipar determinadas demandas. Então, se eu tenho uma quantidade estocada, eu consigo antecipar a determinadas necessidades ou gostos dos meus clientes na cadeia de suprimentos. Muito importante também, dentro da gestão de estoque, nós temos os custos inerentes a esses estoques, então, é por isso que ele tem determinada importância. Os custos de estoque estão separados custos de armazenagem e custo de pedido. O custo de armazenagem vai gerar custos referentes a estocagem e manuseio desses materiais que eu tenho no meu centro de distribuição ou nos meus armazéns. Custo de avaria, obsolescência, deterioração desses produtos, também são custos que eu tenho com a perda, por algum motivo, uma quebra, dos meus produtos que estão nos estoques. E o custo de capital, que é inerente ao custo que eu tenho nessas estruturas desses armazéns. Uma outra grande classificação de custo que eu tenho dentro do curso dos estoques, é o custo de pedido, que vai envolver todo o custo que eu gero para poder colocar o produto dentro da minha da minha empresa. O custo com o fornecedor, o custo com o transporte, o custo de movimentação que eu tenho do caminhão até as minhas estruturas, eu vou ser alocado nesse custo de pedido. E finalmente eu tenho o custo total. No gráfico, vocês podem visualizar, no eixo X eu tenho valor de custo X e a quantidade solicitada. Analisando a curva azul, nós temos custo de pedido que, à medida que aumenta a minha quantidade solicitada, eu tenho uma redução no custo pago ao meu fornecedor, isso devido à quantidade que aumenta, e depois ela estabiliza e ela tende a zero, mas ela nunca vai ser zero, simplesmente vai ser reduzida. Na curva verde, eu tenho o custo de armazenagem onde quanto mais produtos eu tenho armazenados, maior vai ser o custo inerente a esses produtos armazenados. Finalmente, eu tenho uma curva de somatória de custo total, que vai ser a somatória do meu curso de pedido com o meu custo de armazenagem. Mais para a frente nós vamos ver algumas outras características do lote econômico de compras. A gente vai abordar novamente esse conceito. Nessa primeira lição, nós vimos as principais características dos estoques, vimos os tipos de demanda que estão inerentes a esses tipos de estoques, vimos os principais custos, e também, breve histórico de como foi a gestão de estoque desde a origem até os dias de hoje. Na próxima lição, nós veremos a parte de gestão de demanda e como ela pode impactar positivamente ou negativamente nos nossos estoques. [MÚSICA] [MÚSICA] [MÚSICA]