[MÚSICA] [MÚSICA] Olá. Eu sou o Orlando Fontes Lima Júnior, e eu vou estar com vocês neste módulo de conceitos Básicos de logística e gestão da cadeia de suprimentos, também conhecido por Supply Chain Management. Nesta primeira lição nós vamos discutir o que é logística. A logística é conceito extremamente importante e que permeia toda a história da humanidade. Qual foi a primeira invenção? Foi a roda. E a roda servia para quê? Servia para se movimentar. E depois, servia também para conectar pessoas e coisas. E é aí que nós temos que entender que a humanidade foi se estruturando processos de produção: fábricas, serviços, áreas comerciais; e processos de reprodução: hospitais, as próprias residências domiciliares, as escolas, locais que permitem que a humanidade vá se reproduzindo. E essencial é a necessidade de conexão entre produção e reprodução. E daí surge o transporte, o estoque e, permeando sempre tudo, a informação. Mas vamos lá, o que é logística? Logística é processo de planejar e implementar e, consequentemente, controlar todas as questões de conexão, ou seja, transporte, armazenagem, serviços e informações, desde a origem até o ponto final, com a finalidade de atender às necessidades de cliente. A logística é composta por quatro atividades básicas. Primeiro, o nível de serviço, o padrão que você quer oferecer para o cliente do processo. Depois, o transporte e a gestão, administração do estoque. E, finalmente, permeando tudo, o fluxo de informações que processam os pedidos que os clientes fazem, que são transportados e estocados desde a fábrica até o destino. Para isso, existe uma série de atividades de suporte a esse processo: armazenagem, manuseio de materiais, compras, embalagens, a integração com a produção e com a operação, e a manutenção de todas as informações desses processos. Como é que fazemos o planejamento logístico? Normalmente, se planeja sistema logístico com três objetivos; ou se planeja só deles, ou dois ou três simultaneamente. Se planeja para reduzir custos, ou seja, fazer com que as coisas se movimentem num custo menor, tanto de transporte quanto de estoque. Ou se planeja para reduzir capital, ou seja, racionaliza-se os sistemas para se usar menos caminhões, menos armazéns, menos infraestrutura. E, finalmente, esses sistemas são planejados para melhorar o nível de serviço, a qualidade do serviço, quer seja tempo de entrega, quer seja confiabilidade dessa entrega. Vamos conversar pouco sobre como planejar a estratégia de transporte. Basicamente, três questões envolvidas. Primeiro, qual é o modo de transporte que você vai adotar para transferir a sua carga? Vou usar avião, vou usar caminhão, trem, navio? Cada modo tem a sua particularidade. Alguns são para serem mais ágeis, por exemplo, avião, compensação custam bem mais caro, então tem que ser para produtos mais caros, com maior valor agregado. Outros são bem mais lentos, navio, mas o custo de movimento é muito menor, então vão para commodities, para esses grandes volumes de mercadorias, grãos, minérios e coisas desse tipo. Dado que você escolheu o modo de transporte ou os modos, a próxima etapa é qual o transportador que você vai contratar. Ele é mais confiável, ele tem melhor condições de custo, ele atende uma determinada região a qual eu preciso operar? E, finalmente, a terceira decisão, já escolhi o modo, escolhi o transportador, agora eu preciso saber que rota eu irei. Eu vou por quais rodovias atingir o meu destino? Essas são as três decisões estratégicas. E entramos aí, como eu tinha comentado, nas escolhas, ou modais ou intermodais. Modos de transporte como o navio, no meio marítimo, e o trem, no meio terrestre, eles têm naturalmente a aptidão de transportar grandes volumes e apresentam custos de movimentação menores, mas para esse ganho precisamos de grandes distâncias. Já o caminhão e o avião, eles já têm uma característica diferente de muito mais rapidez no processo, contrapartida com custos mais altos. Então, naturalmente, eles são mais direcionados para cargas de valor agregado. Outro modal, só que muito específico, é o dutoviário, que aí é para grandes fluxos, preferencialmente líquidos, ou também nesse misto, quando é sólido tem processo pastoso que você pode fazer movimentação, por exemplo, de minério de ferro. Do transporte, nós vamos ter a possibilidade de fazer a intermodalidade, ou seja, eu saio da fazenda com os grãos caminhão e chego até o porto onde eu coloco num navio. Ou eu pego de uma fábrica, de caminhão até aeroporto onde eu vou colocar no avião. Isso é intermodalidade, e o grande elemento diferencial para viabilizar a intermodalidade no mundo foi a invenção do contêiner. Qual é o papel do contêiner? O contêiner, cofre de aço, ele permite que você use diferentes modais com escala e velocidade. Por quê? Porque vez de eu tirar cada caixinha do caminhão para colocar no avião, eu tiro o contêiner e rapidamente ponho no avião. Ou se eu tiver que tirar cada saca, sacaria, do caminhão ou do trem para colocar no navio, eu pegando aquele cofre, aquele contêiner, eu rapidamente transfiro. Tem o palete também, que é uma estrutura de madeira que faz o papel semelhante ao do contêiner. Além do transporte, vamos falar de estoque. No caso, o estoque, ele junto com o transporte, ele permite os processos logísticos. E o que faz o estoque? O estoque compatibiliza demanda com oferta. Mas por quê? Por que surgem os estoques? Os estoques surgem por diferentes exigências ou características. A primeira delas é você sincronizar escalas diferentes. Imagine se eu tivesse que colocar todos os caminhões aguardando o navio para carregar o produto. Se caminhão leva trinta toneladas e navio leva trinta mil toneladas, nós precisaríamos de mil caminhões estacionados. Então, eu coloco que o estoque, que ele permite a integração entre a demanda do navio com o fornecimento dos caminhões. A integração modal é dos aspectos essenciais da necessidade de estoque, mas isso também pode acontecer no seguinte: imagine que eu faço vendas sempre no sábado, mas eu preciso guardar durante a semana para ter o produto disponível no sábado. Outros elementos que condicionam estoques é, muitas vezes, você não saber exatamente a previsão do consumo, da demanda. Eu vou fazer uma festa, quanto é que eu compro de salgadinhos? Eu não sei exatamente quantas pessoas vêm, então, eu faço pouquinho mais, eu estoco pouco mais, e eu garanto essa variabilidade. Existem também outras situações questões de especulação. O preço vai subir de determinado produto, algumas empresas aumentam o nível de estoque e aí têm ganho financeiro com isso. Outras situações, é mais uma estratégia de ressuprimento, então, eu procuro manter minha gôndola no supermercado sempre cheia com meu produto, porque assim, quando o cliente chegar, vai ter o meu produto ali para ele comprar. Isso é uma estratégia de ramp-up de produtos, como assim chamado. Bom, uma questão importante. Nós conversamos bastante até agora com a questão da demanda temporal. Ou seja, precisamos estocar para atender flutuações no tempo da demanda. Só que no caso de logística, existe também uma demanda espacial. Se eu tenho dez fábricas distribuídas país diferentes locais, eu preciso de uma determinada matéria prima para essas fábricas, eu tenho uma demanda distribuída dez pontos diferentes. E pode até acontecer que num dado local sobre e num outro dado local falte. Então, termos de estratégia de estoque, ou melhor definindo, políticas de estoque, nós temos algumas questões a serem atendidas. Primeira delas: quanto que eu mantenho de estoque? Se eu manter muito, eu tenho dinheiro imobilizado. Se eu manter pouco, eu posso não atender a produção da minha fábrica, ou pode faltar produto na venda na minha loja. Quando eu vou repor o estoque, quanto que eu compro? Eu compro uma quantidade pequena, ou eu compro numa quantidade grande? Se eu repor quantidades grandes, eu posso ter descontos. Quantidades pequenas eu gasto menos dinheiro no ato da compra. São decisões relacionadas a estoque. E quando que eu peço? Eu faço uma operação muito famosa hoje nesta área, just in time. Quer dizer, eu peço para que as pessoas entreguem exatamente no momento que eu vou consumir? Ou eu peço uma vez por semana e vou consumindo ao longo da semana? Se eu pedir uma vez por semana, eu tenho que estocar até sexta-feira. Se eu pedir diariamente, eu só preciso do estoque do consumo do dia. E aí surge a última importante questão. Onde que eu guardo? Onde eu armazeno? O estoque demanda espaços. E aí surgem também que níveis eu vou administrar o meu estoque. E aqui alguns conceitos importante. Qual é o nível máximo de estoque que eu posso aceitar? Qual que cabe no meu armazén, ou qual é o que não me traz custos significativos de operação? Qual é o nível mínimo admissível? Será que eu não preciso guardar pouco de estoque para ter segurança se falhar alguma coisa no processo e meu fornecedor não entregar no prazo combinado? E aí eu defino aquelas questões, de quando eu peço e quanto eu peço, que vocês depois vão ver bem mais detalhadamente outras lições do nosso curso, mas é o ponto de pedido e o ponto de reposição. E finalmente, qual é o lote econômico de compra. Qual é o tamanho que me dá descontos na venda e permite também questões adequadas da produção. E no meio de todo esse processo de transporte e estoque, existem duas formas distintas de fazer a logística, de fluir as mercadorias pelas cadeias de suprimentos. Uma delas é chamada a produção empurrada e a outra é a produção puxada. Vamos dar exemplo com terno. Eu estou numa loja, e eu chego nesta loja e falo: quero comprar terno. Ele tem nesta loja vários ternos que foram colocados ali por uma produção e alguém empurrou para a loja, colocou na loja, conjunto de ternos. Eu tenho estoque de ternos para eu poder experimentar e escolher para comprar. Isto é tipo de estratégia de produção. Mas eu vez de comprar este terno nesta loja eu posso ir a alfaiate, e ele pode fazer sob medida terno para mim. E aí o alfaiate vai pedir só a quantidade de pano necessária para aquele terno. Ele vai fazer uma operação puxada. Depois que ele tirou as medidas ele liga para o fornecedor e o fornecedor manda só aquela parte de terno. Existem ganhos e problemas ambas as operações. Quando vocês forem estudar pouco mais a fundo a questão da gestão do estoque, vocês vão perceber que estoques empurrados acabam acumulando mais estoque ao longo da cadeia, tem custos maiores relação a isso. Contrapartida, são sistemas com mais confiabilidade. Porque se você tiver uma interrupção no fornecimento você tem estoque para atender a demanda. Do outro lado, os estoques puxados, eles normalmente tem níveis bem menores de estoque, portanto, gasta-se menos dinheiro. Contrapartida, você fica mais independente da confiabilidade de entrega desse suprimento. E para fechar essa discussão de estoque, existe uma questão física relacionada ao estoque, que são os equipamentos de movimentação e armazenagem que existe uma quantidade muito grande de equipamentos, de racks para empilhar produtos, para empilhadeiras. Enfim, volume muito grande de equipamentos que permitem adequadamente armazenar esses produtos que nós estamos conversando. E aqui a gente vai encerrando esta primeira lição, cujo objetivo era discutir conceitos básicos de logística e de supply chain management. [MÚSICA] [MÚSICA] [MÚSICA]