[MÚSICA] [MÚSICA] [MÚSICA] Olá. Nessa lição vamos conversar a respeito de tópico fundamental a respeito das operações de transporte, a apuração dos custos. Normalmente, na análise econômica clássica, os custos são divididos custos diretos e custos indiretos. Custos diretos são aqueles que podem ser vinculados diretamente à execução de serviço ou à produção. Custos indiretos são aqueles que não conseguimos vincular diretamente à produção ou à execução de serviço. Porém, esses custos indiretos são necessários para manter as operações de transporte. Exemplo de custos indiretos são os custos administrativos de uma empresa. No caso do transporte, os custos diretos correspondem aos custos fixos e variáveis que estão envolvidos na prestação do serviço. Custos fixos englobam conjunto de gastos cujo valor, dentro de limites razoáveis de produção, não variam função do nível de atividade da empresa ou grau de utilização de equipamento. Já os custos variáveis são aqueles que englobam conjunto de gastos cujo valor varia função do volume da atividade. Vamos exemplificar agora os conceitos de custos descritos. Quando nos referimos a custo fixos para transporte, esses podem ser representados por: depreciação, os custos que estão envolvidos com a redução de valor que o veículo sofre com a passagem de tempo. Remuneração de capital. Ao realizar investimento numa empresa, o empresário pressupõe retorno ou remuneração do capital aplicado, logo, para cada serviço prestado deve ser embutido nos custos a remuneração desse capital investido. Isso contempla uma parcela relação a salários, despesas com licenciamento e seguros. Custos variáveis. Conforme vimos anteriormente, são aqueles que incidem de forma proporcional à utilização. Nesse caso, podemos exemplificar como custos variáveis no transporte, os custos associados ao combustível, ao óleo e lubrificante do motor, à lavagem e lubrificação, materiais rodantes, como pneus, câmaras de ar, recapagem e protetores, os custos envolvidos com peças, acessórios e material de oficina, e também com a mão-de-obra empregada para a manutenção dos veículos. Relação aos custos indiretos, podemos considerar o pessoal administrativo e os seus encargos sociais, as despesas que uma empresa de transporte pode ter com o marketing, os custos de aluguel das instalações de escritórios, os impostos e as taxas que a empresa deve recolher, e despesas financeiras oriundas das operações de transporte realizado. Na apuração dos custos, deve se atentar para fatores que podem determinar variações substanciais nos custos e sua composição, entre os quais podemos destacar: quilometragem desenvolvida, à medida que aumenta a distância percorrida pelo veículo, o custo por quilômetro diminui. Porém, deve-se observar o uso da velocidade econômica da operação do veículo, uma vez que o aumento da velocidade pode influenciar no consumo de combustível, pneus, e influenciar os gastos com manutenção. Tipo de tráfego: veículos que realizam trajetos urbanos apresentam maior consumo de combustível por quilômetro rodado e têm maior desgaste do que aqueles que operam rotas interurbanas. Tipo de via: a superfície de rolamento e a sua condição de conservação, a topografia e as sinuosidades influenciam também o consumo de combustível e o desgaste do veículo. Região: a área de atuação de uma empresa pode afetar os custos função de diferenças regionais relacionadas a salários, impostos e o custo de combustível. Porte do veículo: fator de redução do custo por tonelada-quilômetro é o emprego de veículos de maior capacidade. Outro ponto que deve ser observado é o aspecto do desequilíbrio nos fluxos de transporte. Normalmente, num transporte de passageiros, observamos fluxo pendular, ou seja, quem vai, retorna. Isso não ocorre no transporte de carga. Logo, existe desequilíbrio que provoca que os veículos trafeguem vazios. Nessa situação, alguns custos podem ser reduzidos, por exemplo, o consumo de combustível é menor quando o veículo trafega vazio. Por outro lado, o custo do transporte de retorno vazio acaba sendo parte do custo de transporte de ida. Nessas condições, temos uma menor produtividade do veículo, sendo, portanto, necessário adicionar percentual para quantificar esse aumento do custo de retorno na perna de ida. Diversos métodos de custeio podem ser empregados para apuração dos custos de transporte, de entre os quais podemos destacar três métodos: o método de custeio por absorção, o método de custeio ABC e o método de custos médios agregados. O método do custeio por absorção é método que tem por base a apropriação dos custos indiretos utilizando geradores [INCOMPREENSÍVEL]. Esse método é aceito para fins legais e fiscais na elaboração de demonstrações financeiras obrigatórias da empresa e na apuração do imposto de renda de pessoa jurídica. Os custos desse método são separados diretos e indiretos. Os custos indiretos são alocados aos produtos e serviços através de critérios subjetivos, por exemplo, rateio de receita ou rateio de custos por frota. O emprego desse método permite analisar a rentabilidade de clientes, filiais, rotas, veículos, ou regiões de atuação da empresa. O método de custeio ABC surgiu pelo reconhecimento da distorção no custo do produto gerado pelos métodos tradicionais cenário do aumento dos custos indiretos de produção. Para a adequada compreensão do método de custeio ABC, precisamos conhecer os conceitos que são empregados nesse método, como processos, atividades, recursos e direcionadores de custo. Processos devem ser entendidos como uma cadeia de atividades relacionadas entre si, interdependentes e ligadas aos serviços que elas intercambiam. No caso de uma transportadora, poderiam ser considerados como processos, transporte, compras, vendas e administrativo. A atividade é uma ação que se utiliza de recursos materiais, humanos, e estão associados a uma tecnologia para gerar bens ou serviços. Assim, uma sequência lógica de atividades constitui processo. Tão importante como a definição das atividades que compõem o processo produtivo, é determinar como direcionar os custos dessas atividades para os produtos e os serviços. Para essa finalidade, são utilizados os direcionadores de custo, ou seja, o fator que determina o custo de uma atividade. Como as atividades exigem recursos para serem realizadas, podemos deduzir que o direcionador é a verdadeira causa dos custos. No caso do custeio dos serviços prestados, o direcionador é o fator que determina ou influencia a maneira como os serviços vão consumir as atividades constituintes na base utilizada para atribuir os custos das atividades aos serviços. O terceiro método de custeio empregado, denominado custos médios agregados, é método amplamente utilizado pelas empresas do setor de transporte, porque oferece estimativas bastante razoáveis para a obtenção dos custos. Essas estimativas têm como base a aproximação de cada componente do custo. O método é baseado parâmetros médios de consumo, não sendo sensível às variações específicas, por exemplo, de velocidade, ou de tempo de carregamento de veículo. Apesar disso, o método apresenta como méritos a sua praticidade de cálculo, possibilitando à empresa inserir parâmetros de custos referentes a cada tipo, modelo, e categoria de veículo. Agora que estudamos diferentes tipos de custos envolvidos na operação de transporte e conhecemos alguns métodos de custeio que podem ser aplicados na sua determinação, vamos, na sequência, desenvolver uma planilha de custos empregando dos métodos estudados para estimar o custo operacional de uma operação de transportes. Até lá. [MÚSICA] [MÚSICA] [MÚSICA]