[MÚSICA] [MÚSICA] [MÚSICA] Olá! Neste vídeo nós vamos discutir alguns novos conceitos na área de logística junto com uma provocação. Vamos repensar pouco alguns elementos de logística. Primeira grande questão: a embalagem. A embalagem é evento crucial que afeta diretamente os processos de logística e aí, na questão da embalagem, você tem diferentes tipos de embalagem, você tem embalagens primárias, secundárias e terciárias. Embalagens primárias são embalagens que apoiam a operação logística. Embalagens secundárias, além de terem esse papel, também permitem a melhor organização interna dos produtos. E as terciárias, elas estão diretamente relacionadas a questões de marketing, gôndola e outros elementos. Você tem todo processo, tanto de produção da embalagem, quanto de concepção dessa embalagem para ter ganhos de escala. Por exemplo, o tamanho da embalagem tem que ser tal que utilize bem o pallet ou o contêiner para não ficar volumes vazios muito grandes. Mas, compensação, ela tem que ter determinado tamanho que permita o maior número de latas dentro da mesma caixa. E coisas desse tipo que elas vão se interconectando e resolvem muito termos de operações logísticas. Então, a embalagem é dos elementos cruciais aí nesse processo. A logística reversa é outro conceito bastante importante e atual na área de logística. Você tem os fluxos diretos de produtos e esses produtos, eles vão ao cliente final e ali são utilizados ou não. Depois desse processo, o que acontece com esses produtos? Então, você pode ter elementos de logística reversa pós-vendas e elementos de logística reversa pós-consumos. Vamos tentar entender pouquinho aqui. Você acabou de comprar uma geladeira, você recebe essa geladeira na sua casa e ela está riscada. Você pede para devolver. Esse é fluxo reverso pós-venda. Ou outro pós-venda é: essa geladeira foi encaminhada para você cima de pallet de madeira depois que eu coloquei a geladeira na sua casa, eu peguei esse pallet e devolvi para a fábrica, outro fluxo reverso pós-venda. Agora vamos falar de pós-consumo. Você usou essa geladeira por muitos anos e agora você vai comprar outra geladeira. Alguns destinos para essa geladeira: você revende essa geladeira e alguma outra pessoa continua a utilizá-la. Então, você pode ter o reuso dessa geladeira. Ou por exemplo, se é motor, ele pode ser recondicionado e voltar à operação, é pneu recondicionado, enfim. Você pode pegar esses produtos e fazer algumas atividades de reuso. Você pode também desmanchar a geladeira e algumas peças que essa geladeira está adequadas ainda, ser reutilizadas outros produtos. E finalmente você pode reciclar essa geladeira. Então, eu posso tirar todo o interior da geladeira e transformar num armário com design vintage e coisas desse tipo. Se não dá para fazer mais nada com a geladeira, então eu vou fazer a disposição final ou eu vou destruir essa geladeira. Todas essas operações que eu comentei para você são as operações de logística reversa e hoje extremamente importante quando você considera os processos logísticos. Outro elemento novo e importante para a logística é o e-commerce. O e-commerce, ele desmaterializou muito do que acontecia fisicamente, termos de processos logísticos, e criou novos elementos dos chamados desintermediações e reintermediações. Vamos entender pouquinho o exemplo desse conceito. Imagine a produção clássica de livro. O autor escreve o livro, a editora imprime esse livro, manda para distribuidor que por sua vez coloca numa livraria e você vai até essa livraria e compra o livro. Esse é o fluxo clássico. Agora vamos falar de desintermediações. Eu escrevo o livro, vez de eu imprimir esse livro, eu coloco no meu site para download. Eu desintermediei, eu retirei todo conjunto de intermediários desse processo e o cliente que quer ler esse livro diretamente faz download do meu site. Ou eu entrego esse arquivo para a editora e ela faz isso, ela coloca disponível para download ou ela cria novo elo de reintermediação, que é uma livraria virtual, onde eu entro naquela livraria e uma série de livros estão disponíveis para venda. Outro passo que eu posso fazer é fazer isso para o distribuidor, que também pode ter a mesma estratégia e, no meio desse processo, surge o novo agente logístico que é o chamado provedor de informação. Então, eu posso ir a site, desses buscadores clássicos, e pesquisar o título do livro e ele vai me achar, vários lugares que esse livro está sendo vendido, e eu vou escolher o de preço menor e o mais próximo do meu espaço. Então, o e-commerce está revolucionando, termos de conceito, e uma série de elementos logísticos está alterando. Então, por exemplo, a velocidade de entrega começa a ser uma grande exigência para os clientes de e-commerce. A necessidade de estoques globais e esse fluxo global de matérias, de produtos também é outro grande desafio. E aí vem uma outra questão extremamente importante, todas essas discussões, que é a tecnologia de informação para suportar a logística. Então, está se crescendo muito a questão do uso disseminado de tecnologias de informação com questões de automação, com questões de internet das coisas, com a questão de nuvem, com a questão do uso do celular para essas operações e isso vem mudando radicalmente os sistemas de informação e as possibilidades de gestão logística. E aí basicamente você tem alguns sistemas que classicamente suportam as operações logísticas. São os chamados ERPs, WMSs, TMSs e LIS. Vamos entender pouquinho o que são essas questões. Os ERPs são os sistemas que integram diferentes áreas das empresas e permitem gestões integradas. Existem específicos para planejamento de materiais, chamados MRPs; específicos para distribuição, os DRPs; mas enfim, o conceito básico é integrar informações de diferentes áreas e poder tomar decisões tendo uma visão melhor de conjunto, quer seja para planejar a produção da próxima semana, quer seja para fazer planejamento de vendas para o próximo ano. Outro elemento importante, termos de sistemas de suporte à logística são os chamados WMSs: Warehouse Management Systems, que são os sistemas que suportam as operações dos armazéns. E os TMSs: Transportation Management Systems, que são os sistemas que suportam, auxiliam a gestão do transporte das operações logísticas e finalmente os chamados LIS: Logistic Information Systems, que são os sistemas integrados que misturam todas essas informações. Outro tópico importante para se explorar naquestão logística é a terceirização e a construção de alianças nas operações. Você tem três níveis de relacionamento entre a empresa e os seus fornecedores. Então, eu tenho uma fábrica e tenho operador logístico que trabalha comigo. Eu posso ter tipo de relacionamento que é por transação: eu peço para ligar para uma transportadora e contrato frete, transporte para amanhã. Como eu faço isso de forma regular, eu posso ter contrato logístico de fornecimento que eu acerto mensalmente o volume de entregas que essa empresa vai fazer para mim. E eu posso, terceiro nível ainda, que é o de fazer uma aliança estratégica com ele e juntos melhorarmos os negócios dos dois. Então, por exemplo, eu posso comprar os baús dos caminhões da minha própria empresa ou eu posso acertar isso depois descontando por frete e como eu tenho relações de longo prazo, isso é ganha-ganha para os dois. Só que a grande questão é, quando é que eu faço esse tipo de ações? É perigoso colocar risco no meu negócio. Então, aí tem uma regrinha básica, eu olho o quanto é importante a logística para a minha empresa e quanto eu tenho competências de eu mesmo manusear a logística da minha empresa. Então, por exemplo, eu tenho uma atividade que a logística não é muito importante e eu também não tenho aptidões para fazer essa operação logística, é caso típico de terceirização. Agora, se eu tenho uma atividade que é muito importante para a logística e eu não tenho competência para isso, então, vale a pena fazer uma aliança estratégica, uma parceria de forma mais integrada. Agora, eu sou bom operar logística. Aí tenho que ver se as questões da logística são essenciais ou não para a minha empresa. Se elas são essenciais, então, a decisão é: eu vou operar internamente. Se elas não são tão essenciais, eu posso buscar uma empresa no mercado e fazer misto de operação com ela, que ela tenha outros clientes mas, opere comigo também. Esses são os quatro níveis de possibilidades de terceirização logística e é lógico que depende de custos e de nível de serviço, mas são as possibilidades que você tem. Outro aspecto que vem crescendo muito de importância é a logística urbana. A logística urbana vem sendo o elemento de sucesso ou de fracasso de muitas empresas. Porquê? Porque as cidades estão cada vez maiores, os níveis de congestionamento estão muito grandes e existe uma grande dificuldade para se realizar entregas. É o que normalmente chamamos o desafio da última milha. O custo de caminhar a última milha na entrega. Como é que está sendo tratada essa questão termos mundiais? Sempre com duas coisas, com tecnologia e com governança. Então, você usa novos equipamentos para fazer esses atendimentos, ou você usa instalações específicas- microcentros de distribuição- para fazer esses tipos de atendimento. Tecnologia intensiva no processo, com comunicação 'on time' e tomada de decisão imediata que misture a informática com posicionamento, geoprocessamento e posicionamento global e sistemas WiFi, nuvem, IoT, enfim. Esse mundo se abre com vários elementos de tecnologia e também na questão de governança, quando você envolve os diferentes atores para discutir e para entrar num acordo de como operar. Que atores são esses? Por exemplo, é o município, que opera e que põe regras para o funcionamento do trânsito, junto com o operador logístico que faz o movimento e junto, por exemplo, com a loja que vai receber a mercadoria e o cidadão que mora ali do lado. Essas são questões bastante importantes para a logística urbana. Uma outra questão muito importante que vem alterando os processos logísticos é o atual estágio da sociedade que estamos na era dos serviços e das experiências. O grande desafio inicialmente era grandes volumes e movimentar coisas. Com o passar do tempo o desafio passou a ser produzir bens, depois, prestar serviços e hoje, vivenciar experiências. E como é que a logística vem acompanhando essas questões e vem colocando possibilidades para isso? Quando você estava nesse ambiente de extrair comodites, movimentar comodites a logística sempre auxiliou com grandes navios, baixo custo de operação, caminhões e trens levando para diversos locais, minérios, grãos agrícolas, enfim, produtos diversos. No segundo momento, quando o desafio era produzir bens, novamente a logística veio, trazendo matérias primas, distribuindo produtos acabados, e todas as operações clássicas que nós chamamos de logística. E quando vem os serviços? Quando veio o setor de serviços, a logística já começou a ter de se adaptar pouco, porque no serviços os clientes participam do processo. Então, não basta você simplesmente fazer uma boa operação logística. Você tem que, para as pessoas que estão volta desse processo, transmitir tranquilidade, segurança e, eventualmente, outros elementos que não necessariamente numa operação fabril você precisa disso. Então, vamos dizer, por exemplo, na logística de resgate de acidente. Numa logística de transporte de uma pessoa doente. Uma logística de transporte de uma obra de arte. Entram outras variáveis nesse processo e, a questão da temperatura começa a ser novo elemento muito importante e a questão da hospitalidade e do atendimento ao cliente. Num quarto momento, onde uma série de atividades da sociedade hoje, valorizam muito a experiência, o processo, isso vai para outros níveis muito mais extremos, que é, por exemplo, grande show de importante artista envolvendo mais de 30.000 pessoas. As operações logísticas associadas a isso têm grau de criticidade muito diferente de transportar milhares de toneladas de soja, por exemplo. Existem outros aspectos que não só o custo que alteram bastante. Não adianta você chegar com produto que, por exemplo, seriam as caixas de som do show fora do prazo. Você inviabilizou o show. Não é simplesmente de uma luta contratual que você acabou entregando. Você tem 30.000 pessoas ali que vão ficar sem poder participar do processo. Pode até ter encalço. Então, a logística quando envolve essas mega atividades, Fórmula 1, uma operação de circo, enfim, todas essas novas coisas, traz novos conceitos que depois numa outra oportunidade a gente vai conversar pouco. Bons exemplos da importância dos serviços e da experiência são as redes de fast food, são caixas automáticas para sacar dinheiro, são as áreas de entrega, os e-mails, whatsapp e outras coisas que permitem uma nova dinâmica do processo. Com isso, nós acabamos a discussão sobre novos elementos da logística, que era o objetivo de nossa conversa. [MÚSICA] [MÚSICA] [MÚSICA]