[MÚSICA] [MÚSICA] Olá pessoal. Tudo bom? A gente está começando aqui mais uma aula do Núcleo de Empreendedorismo da USP sobre a criação de startups. E nessa aula a gente vai dar continuidade no que a gente já falou de mercado. A gente estava pensando numa cadeia. Você teve a ideia, começou a entender o mercado, mergulhou no mercado, entendeu tudo o que ele tem, todas as dinâmicas, o tamanho dele, o tamanho do seu mercado específico. Passou por tudo isso, a gente entra no segundo ponto. Você já está bem maduro sobre como é que funciona o mercado, o que tem de modelo lá fora, o que tem de modelo existindo no Brasil. Você já consegue falar "então minha ideia é essa, essa e essa. Eu quero solucionar este problema fazendo isso, isso e isso." E aí a gente entra no ponto de modelar, transformar uma ideia modelo de negócios mais sólido, uma coisa bem mais concreta. Bom, falando das ideias ruins, tem uns textos que eles batem muito neste ponto e a gente gosta muito de repetir para os nossos alunos. Porque, sempre que o aluno chega com alguma ideia ali, ele chega com a ideia bem ruim e é erro bem clássico da maioria. Noventa porcento dos alunos chegam com a ideia bem ruim mesmo, que tem que passar por toda uma revisão, e a gente sempre gosta de passar estes conteúdos que é "O problema das idéias ruins que se parecem boas". Existem algumas idéias que elas parecem muito boas, que elas são bem sexy, assim, são coisas que a gente fala "nossa, isto faz muito sentido e tudo mais", mas quando a gente vai ver durante a execução, quando você vai olhar com mais profundidade, são ideias ruins. São ideias que não têm muito fundamento, ideias que não tem muita propriedade e isso prejudica porque por elas parecerem boas o empreendedor ele fica até ano, dois anos correndo atrás, tentando fazer esta ideia acontecer e é desperdício muito grande, a gente fica realmente triste de ver algumas startups ficarem dando voltas durante tanto tempo ideias ruins. Então, a gente resolveu elencar aqui três pontos principais, que são padrões de ideias ruins. Isso não quer dizer que é uma regra, isso não quer dizer que se a sua ideia está nessa linha ela vai dar errado, mas isso só quero dizer que você tem que se atentar se você está batendo algum destes pontos. Então os três pontos são: o primeiro ponto: Ideias muito abertas e superficiais. " eu quero solucionar problema específico. Eu quero fazer alguma coisinha, market place de pet shop." Algumas coisas que são muito, muito específicas, ou então muito " eu chutei alguma solução aqui. Eu vi aquilo ali, eu senti aquela dor e acho que isto faz sentido." Algo muito aberto e superficial. Geralmente a pessoa não é do mercado, geralmente a pessoa só viu aquele problema e falou "nossa, eu acho que pode ter uma startup para isso" mas não passou por todo o processo de reconhecimento. Ideias abertas superficiais geralmente elas têm alguns sintomas interessantes. Primeiro: elas não solucionam a dor de verdade do usuário. Elas são legais, o usuário pode até falar "nossa, eu gosto desta ideia, eu queria usar" mas, no fundo, não é uma dor muito profunda do usuário, não é algo que tipo o cara sente de verdade. Tanto que tem uma frase para isto que a gente sempre fala. " vez de construir startups descoladas, startups legaizinhas, as pessoas deviam tentar realmente solucionar grandes problemas". Saiu até artigo recente no Tech Ranch falando que o Silicon Valley, o Vale do Silício, está passando por momento bem difícil porque está todo mundo querendo ser descolado demais e ninguém está solucionando grandes problemas. O outro ponto é essas ideias superficiais demais elas não resolvem top três da dor do usuário. A gente mais para a frente vai falar pouco sobre como entender a dor do usuário, mas geralmente a gente vai entrevistando, conhecendo o usuário e a gente vai criando uma lista de problemas principais que o seu cliente pode ter. E geralmente, essas ideias muito superficiais não resolvem nenhum dos três principais problemas, elas estão sempre problemas secundários, problemas bem simples e acaba sendo descolado mas não é problema tão forte do dia a dia do cliente. O outro ponto é, o problema que o usuário nem percebe que tem, é uma dor que o usuário nem percebe que tem. Geralmente você tem que ficar tentando convencer o cliente que ele tem aquela dor. E aí a gente sempre fala "cara, já é muito difícil convencer o cliente de comprar o seu produto". Você tem que tornar mais difícil ainda para tentar convencer que aquela dor ele possui, ou que ele deveria perceber. Então, é bem complicado isso. E o último ponto sobre problemas superficiais e abertos demais é querer resolver todos os problemas, os problemas de todos os usuários, é querer fazer negócio super complexo que resolve o problema de todo mundo. Geralmente, você precisa de back end, de uma estrutura tecnológica muito grande para você cobrir tudo isto. Geralmente, isso acontece muito ao longo prazo e é o que a gente sempre fala, quem tenta resolver problema de muita gente acaba não resolvendo o problema de ninguém. Então, esse é o problema das ideias abertas superficiais. Outro problema são os modelos de negócio pré formatados. Então, a gente tem market place, clubes de assinatura, rede social. São modelos de negócios que já existem e a gente só quer adaptar ao cliente. Então, eu quero fazer Uber para cachorrinho de madame. Eu quero fazer market place para vendedor de parafuso. Esses mercados pré formatados eles são sexy porque eles já existem. Porque você fala "puts, o Uber já está dando certo." "puts, já existe market place", "puts, rede social dá muito dinheiro." Mas no fundo é muito difícil chegar nesse nível. Market place, clube de assinaturas, essas coisas, eles sempre parecem muito fáceis porque eles são sempre muito claros, eles estão sempre muito, muito claros de como funciona. Então, a gente quer solucionar, a gente quer criar aquele market place, quer criar aquela rede social porque já tem outras nesse sentido, então, parece que vai ser fácil construir. Mas a gente aprendeu muito forte com as nossas startups que é muito difícil desenvolver este tipo de negócio. e geralmente os empreendedores que fazem isto, já tem muita experiência nesse mercado. Ou então a ideia chegou nisto organicamente. O cara chegou no market place depois de desenvolver muito o negócio e percebeu que aquilo ali funcionava. Então, tem que tomar cuidado. Cuidado também com " isto tem na Índia então, eu vou tentar no Brasil", ou então "tem no Brasil, eu vou tentar na Índia", que é o famoso 'copy catch'. Eles falam que o Tinder da Índia é o Tinder, o Tinder do Brasil é o Tinder. Então, produtos que funcionam lá fora eles podem funcionar no seu mercado e é muito mais fácil isto acontecer do que você criar uma cópia do que já funciona lá fora. E último ponto é o cuidado com produtos incrementais. É " o Facebook é ruim porque não tem sistema de pagamento assim, assim, assim." Então, eu vou criar uma rede social com sistema de pagamento. É entender que é muito mais difícil adquirir usuário do que implementar uma solução incremental. Então, é muito mais fácil para o Facebook fazer essa solução do que você fazer todo Facebook, adquirir todos os usuários e aí você fazer incremental. Muito cuidado com "eu tenho uma ideia incremental para produto e vou recriar esse produto com esse incremental". É muito perigoso. Lá fora até acontece movimento destas grandes empresas comprando soluções incrementais, mas a gente sempre fala uma frase de fundador bem famoso, que é o Peter Tew, do livro "Zero a ", que a gente vai indicar aqui na descrição, que é "a sua ideia para ela realmente ganhar mercado, ela tem que ser, no mínimo, dez vezes melhor do que já existe." [MÚSICA]