[MÚSICA] [MÚSICA] Bom, na aula de hoje nós vamos apresentar esquema do funcionamento da economia, que ajuda a entender a determinação do nível de emprego da força de trabalho, do poder de compra dos salários e da participação dos salários na renda nacional. Uma primeira idéia que vamos apresentar é que a economia tem uma determinada capacidade para produzir bens e serviços determinado período de tempo, por exemplo, ano. O total de pessoas ocupadas depende do grau de utilização da capacidade de produção existente que determina o volume de produção e o nível de emprego. Períodos de tempo consecutivos, a capacidade de produção da economia pode aumentar, consequência de investimentos realizados anteriormente pelas empresas. Além de aumentar a capacidade de produção, os investimentos realizados podem modificar a relação entre o volume de produção e o nível de emprego, ao aumentar a eficiência do sistema de produção elevando a produtividade da força de trabalho. Não obstante, cada período de tempo, os níveis de produção e emprego são determinados pelo grau de utilização da capacidade de produção, que existe na economia. Assim, cada período de tempo, maior uso da capacidade de produção determina maior nível de emprego da força de trabalho. Uma segunda idéia importante, é que o grau de utilização da capacidade de produção de uma economia é determinado pelo nível das compras, de bens e serviços, pelas famílias e pelas empresas. As famílias compram bens e serviços para o consumo e as empresas compram bens e serviços para aumentar a capacidade de produção concorrência com outras empresas, na disputa pela demanda de bens e serviços. Desse modo, os níveis de consumo das famílias e de investimentos das empresas determinam a magnitude da produção de período, e o nível de emprego de força de trabalho. O esquema que estamos apresentando dá a entender que aumento no nível de emprego entre período e outro, é consequência de aumento no consumo das famílias e no investimento das empresas. É possível, entretanto, que o aumento do nível de emprego ocorra menor proporção do que o aumento da produção, consequência do aumento da produtividade do trabalho. O esquema também ajuda a esclarecer que uma diminuição é consequência da diminuição no consumo das famílias e do investimento das empresas, provocando menor produção, e, também, que a queda no nível de emprego pode ser, proporcionalmente, maior do que a queda na produção, caso tenha ocorrido aumento na produtividade do trabalho. O nível nominal dos salários cobrados pelos trabalhadores e pagos pelas empresas, é favorecido por maior volume de produção e nível de emprego, assim, períodos de alta produção e emprego, os trabalhadores têm melhores condições para reivindicar maiores salários nominais, e os empregadores estão mais dispostos a atender às reivindicações dos trabalhadores. Porém, o poder de compra dos salários dependerá dos preços que são cobrados nos bens e serviços pagos pelos trabalhadores. Desse modo, o significado, termos de poder de compra, de maior nível nominal de salários associado a maior nível de emprego, dependerá do quem venha a acontecer com os preços dos bens e serviços a ocorrer os maiores níveis de emprego e salário nominal. Os bens e serviços são vendidos a preços que cobrem os custos da produção e proporcionam lucro para as empresas. O total dos lucros apropriados pelas empresas depende da quantidade de bens e serviços vendida e da margem do preço relação ao custo de cada unidade dos produtos vendidos. Uma terceira idéia, importante para entender a relação entre os níveis de emprego e poder de compra dos salários, é que a margem de lucro por unidade de venda, ou seja, a diferença entre o preço do produto e o custo de cada unidade vendida, depende do poder de mercado da empresa. O efeito dos maiores níveis produção, emprego e salários nominais, sob o poder de compra dos salários, depende do que estiver ocorrendo com a eficiência do sistema de produção e com o poder de mercado das empresas na disputa pela demanda dos produtos. Na hipótese, de que os níveis maiores de produção e emprego, não sejam acompanhados de modificações, seja na eficiência do sistema de produção ou no poder de mercado das empresas, maior nível nominal dos salários provocaria maior custo de produção e este maior custo de produção seria, plenamente, repassado aos preços dos produtos, não ocorrendo modificação no poder de compra dos salários. Neste caso, os maiores níveis de produção e de emprego seriam acompanhados de inflação, aumentos de preços e salários nominais sem modificação no poder de compra dos salários. Caso os maiores níveis de produção e emprego sejam acompanhados de maior eficiência no sistema de produção, mas sem alterações no poder de mercado das empresas, o eventual aumento do custo de produção que ocorreria se o ritmo de aumento do nível nominal de salários fosse maior do que o da produtividade do trabalho, faria com que esse maior aumento de custo de produção ocorreria menor proporção do que o aumento do nível nominal de salários porque houve aumento da produtividade. Nesse caso, embora os maiores custos de produção sejam plenamente repassados aos preços dos produtos, a elevação do nível nominal de salários resultaria maior poder de compra sobre os bens e os serviços. O aumento da eficiência do sistema de produção é consequência de investimentos realizados no passado que aumentam a capacidade de produzir e podem significar avanços tecnológicos e na organização da produção. O aumento da eficiência do sistema de produção significa que o mesmo nível de produção gera menos emprego, e maior valor agregado por empregado. Mudanças substanciais no sistema de produção alteram as condições de produção e de venda dos produtores, e podem alterar o poder de mercado das empresas, modificando as suas vantagens relativas na competição pela demanda dos produtos. Na hipótese, de que as modificações, no poder de mercado das empresas, impeçam o repasse pleno dos maiores custos de produção para os preços, as reduções das margens de lucro reforçariam o aumento do poder de compra dos salários. Neste caso, o aumento do poder de compra dos salários seria mais intenso do que o aumento da produção de bens e serviços por empregado, decorrente da maior eficiência do sistema de produção ampliando, desse modo, a parcela de salários na renda nacional. O aumento da parcela salarial, nesse caso, é consequência da redução nas margens de lucro, decorrentes da diminuição do poder de mercado das empresas. Sem esta redução das margens de lucro, o aumento do poder de compra dos salários seria análogo ao aumento da produção por empregado. Já que todo o aumento de custo decorrente da ampliação nominal dos salários, acima do aumento da produção por empregado, seria plenamente repassado para os preços. Na hipótese de que as modificações no poder de mercado das empresas permitissem aumentar os preços maior proporção do que o custo de produção por unidade do produto, os aumentos das margens de lucro poderiam não impedir o aumento do poder de compra dos salários, mas este aumento, caso ocorresse, seria menos intenso do que o aumento da produção por empregado, reduzindo a parcela dos salários na renda nacional. A redução da parcela dos salários na renda nacional, neste caso, seria consequência do aumento das margens de lucro, decorrentes do aumento do poder de compra das empresas. Sem esse aumento das margens de lucro, o aumento do poder de compra dos salários seria análogo ao aumento da produção por empregado, já que o preço dos bens e serviços aumentaria proporção análoga ao custo de produção por unidade de produto, consequência do aumento nominal dos salários proporção maior do que a produção por empregado. Assim, aumentos no poder de compra dos salários supõe: aumentos de produtividade e, ou, reduções nas margens de lucro das empresas. No caso de aumento do poder de compra dos salários ocorrer com reduções das margens de lucro das empresas, o aumento do poder de compra dos salários será acompanhado de aumento na parcela dos salários na renda nacional. A variações na parcela dos salários da renda decorrentes de mudanças das margens de lucros das empresas, que reforçam o aumento do poder de compra dos salários. Com o aumento da parcela dos salários na renda nacional, a massa total de salários, consequência dos aumentos do nível de emprego e do poder de compra dos salários, se amplia proporção maior do que o aumento da renda nacional. Era isso que nós queríamos discutir na aula de hoje. [SOM] [SOM]