[MÚSICA] O modelo de ensino híbrido, como já vimos antes, propõe, principalmente, uma mudança de foco. O aluno passa a ser o ponto central da educação e, consequentemente, da avaliação e, para colocarmos o aluno como ponto central no processo avaliativo, não basta apenas refletir criticamente sobre a avaliação. É preciso refletir quais são os instrumentos e estratégias que permitem que o professor personalize por meio da avaliação. Integrar a tecnologia no planejamento ajuda o professor a tornar esse processo mais efetivo, pois além dos dados serem mais frequentes, o professor pode agir imediatamente com base nas evidências geradas, não precisando esperar o final de ciclo ou período, afinal as tecnologias digitais, de uma maneira geral, facilitam a execução de atividades que passam a ser realizadas com menor esforço e obtendo melhores resultados e com a avaliação não é diferente. Assim, com o uso dos recursos digitais, a avaliação pode ser bastante diversificada. Os computadores, tablets e celulares realizam desde as funções mais simples, com as quais estamos habituados. Resumo ou artigo que pode ser realizado num editor de texto, uma planilha de cálculos que pode ser útil trabalhos matemáticos, arquivo de slides para apresentação de pesquisa, programas mais complexos, que permitem ampliar as formas de avaliar. Vamos analisar alguns exemplos. O Socrative é software que professores podem consultar o desempenho dos alunos, tempo real, sala de aula e receber resultados automaticamente dependendo do planejamento realizado pelo professor e da integração dele com o uso desse recurso. Já os formulários do Google Docs, permitem criar praticamente qualquer tipo de recurso a ser utilizado momentos avaliativos. Questionários, pesquisas, propostas de seminários, testes e muitos outros, que podem ser acessados de qualquer dispositivo e geram uma planilha de respostas de acesso absolutamente fácil para o professor. Com o Padlet, a liberdade é total. É possível criar absolutamente qualquer coisa mural branco sem restrições. Esse recurso pode ser utilizado pelos estudantes para organizar os conteúdos por eles estudados. A escolha do aplicativo ou ferramenta não deve ser a primeira preocupação, é preciso, antes de tudo, pensar na avaliação função do planejamento, ou seja, uma vez definidas quais habilidades e capacidades se pretende desenvolver e qual objetivo a ser alcançado, surge, então, a necessidade de escolher uma ferramenta que se adapte a essas intenções. Esse é, certamente, dos pontos cruciais da ideia de personalização do ensino. Com a flexibilidade da tecnologia, é a forma de avaliar que se adéqua ao aluno e não o inverso. Existem inúmeras ferramentas na web, gratuitas ou de baixa custo para praticamente qualquer propósito avaliativo. Mas Eric, e todo esse produto gerado na avaliação? Se as formas são muitas e as possibilidades de avaliar são constantes, como os professores deram conta de todo o material produzido? A princípio, Lilian, parece que dar conta de toda essa diversidade de resultados seria impossível e, de fato, a coleta e análise dos dados tornam-se etapas determinantes no processo de personalização do ensino. A partir dos resultados é possível estruturar uma adequação de método, ritmo, forma, enfim, uma adaptação real ao melhor caminho a ser seguido para cada aluno. Ainda que se produza uma enorme quantidade de resultados, refletir sobre eles é viável. A análise de formulário que apresente o desempenho dos alunos relação a determinado conteúdo possibilita ao professor planejar suas próximas aulas. Se ele percebe que alguns alunos não compreenderam todo o conteúdo, ele pode organizar uma aula no modelo rotação por estações e realizar trabalho mais específico com grupo menor de alunos. Essa preocupação não passou despercebida na criação de alguma plataformas voltadas para a educação. Por exemplo, plataformas como a do "edx", voltada para recursos online promovidas por grandes universidades, permite que o aluno acompanhe gráfico sua evolução ao longo das avaliações, mas apenas isso não é o bastante, é preciso que o professor possa ter acesso prático, completo e pormenorizado dos resultados e algumas plataformas são excelentes suprir essa necessidade. Na Khan Academy, por exemplo, é possível ver os resultados das turmas e dos alunos, acompanhando os avanços individuais e coletivos e permitindo que alunos com mais desenvoltura avancem seu próprio ritmo. Assim, o processo de análise de dados é otimizado pelas ferramentas, permitindo ao professor agir sobre essas informações e organizar seu planejamento, levando consideração os sucessos ou dificuldades obtidos com os métodos utilizados. A tecnologia digital, portanto, se insere desde as etapas do planejamento, chegando à maneira como os resultados são obtidos, compilados e analisados. Deve estar claro que o ensino híbrido não invalida a construção de relações, devemos entender essa mescla de virtual e físico considerando que os recursos materiais continuam tendo seu papel no processo de ensino. E finalizo reforçando que os dados obtidos por meio de recursos digitais devem ter uma leitura e análise prática, permitindo uma construção direta de uma aprendizagem realmente significativa.