[MÚSICA] [MÚSICA] [MÚSICA] [MÚSICA] Olá. Vamos dar início a nossa conversa realizando pequeno exercício. Imagine que você é o jardineiro da escola que trabalha, do jardim, você observa, através da janela, as aulas que estão acontecendo durante o período. Você olha atentamente cada uma delas. O que você vê na maioria das salas? Para onde está voltada a atenção dos alunos? Qual a postura do professor? Pense sobre isso! Talvez você tenha observado algumas aulas bem dinâmicas. Porém, deve ter visto outras aulas que o professor era o centro das atenções e os estudantes, todos enfileirados, prestavam atenção às suas explicações. Uma aula personalizada, o papel do professor não é o mesmo que vemos uma aula tradicional. No ensino híbrido, o centro do processo é o aluno, não o professor. Então, como seria olhar as aulas híbridas através da janela? Com certeza, você veria professor circulando sala, incentivando e propondo atividades mais adequadas às necessidades dos alunos. O foco da atenção do aluno estaria na sua própria aprendizagem, nas interações interpessoais com os colegas e com o professor. Nosso objetivo, nessa aula, é proporcionar uma reflexão sobre a postura do professor, considerando a utilização integrada das tecnologias digitais uma aula. E após conhecer diferentes exemplos práticos, você vai planejar e experimentar uma aula que seja possível vivenciar as mudanças propostas aqui. Vamos lá? [MÚSICA] Assim como os demais elementos envolvidos ensino híbrido, que vimos na introdução do curso, o papel do professor é uma engrenagem muito importante. Precisamos refletir sobre o seu papel para que todo o conjunto funcione de forma coordenada direção ao ensino personalizado. Para darmos início, convido dois professores do nosso grupo de pesquisa Ação, o professor Leandro e a professora Flávia. Você poderia começar Leandro? >> Claro Adolfo. Começo, então, com uma questão para você que está nos assistindo. Já parou para pensar que o papel do professor está intrinsecamente relacionado com a evolução da informação na sociedade? Por exemplo, há poucos séculos, houve aumento do volume das informações e conhecimentos produzidos que foram se acumulando nas bibliotecas. O que fez surgir a necessidade de mais professores preparados para levar tudo isso à sociedade. Naquela época, os professores eram tutores munidos de elevado conhecimento que era obtido pela leitura silenciosa de muitos e muitos livros. A prática de ensinar era baseado no que o tutor acreditava ser importante, filtrando toda a informação que seria repassada ao estudante. Com o desenvolvimento da tecnologia, mudou a forma de produzir e acessar a informação. Foi a partir de 1994 que a internet começou a ganhar espaço nos computadores domésticos escala global. Assim, nessas últimas duas décadas, muitos softwares, sites, plataformas redes sociais foram criadas, facilitando a autoria de informação. Hoje dia, podemos expor nossos pensamentos blog, mostrar nossas idéias vídeos e até mesmo opiniões 140 caracteres, como no twitter. A forma como temos acesso à informação foi facilitada. Nos dias de hoje, podemos acessar, rapidamente, livro do celular qualquer lugar, a qualquer momento. E, claro, com as tecnologias digitais fazendo parte das atividades diárias, os professores também buscaram levar alguns recursos digitais para a sala de aula. Muitas escolas, os professores não utilizam mais o quadro de giz, usam projetores digitais para trazerem suas apresentações. Porém, a presença de outras mídias na sala, não trouxe mudanças profundas para todos os professores. Alguns casos, a prática pedagógica continuou centrada na exposição de conteúdo pelo professor. Mesmo com a tecnologia, algumas salas de aula continuam ultrapassadas. Como já vimos, alunos aprendem tempos diferentes e as necessidades de aprendizado não são as mesmas. O desafio é mais do que uma mudança de postura, é preciso buscar novos caminhos. Desses caminhos é o que propõe nosso curso, o ensino híbrido busca de ensino personalizado. Não é mesmo Flávia? Com certeza Leandro. Nessa proposta de ensino, você deixa de ser orador e passa a intervir, pontualmente, nas dúvidas e dificuldades dos alunos. Professores que se permitiram agir diferente, buscando como aprender e como ensinar nesse modelo, garantem que a tarefa não é fácil. Mas, com certeza, ela é possível. É preciso saber combinar as atividades presenciais que estimulam a colaboração entre alunos, a valorização e a humanização da relação professor aluno. A professora Alisson de uma escola do Instituto de Milpitas na California, Estados Unidos, organizou o espaço de sua sala de aula com várias abordagens pedagógicas. Estimulou diferentes habilidades sua turma. Vamos ouvir o seu depoimento. >> Olá, amigos do Brasil. É tão bom estar associado com o seu grupo novamente. As minhas aulas eram muito tradicionais, ou seja, os alunos se sentavam suas carteiras, abriam seus livros, eu usava o livro do professor, ensinava uma lição específica para o grupo todo e os alunos que entendiam a lição iniciavam a prática individual, enquanto eu trabalhavam com pequeno grupo de estudantes. O problema com isso é quando eu estava com o pequeno grupo de alunos enfrentando dificuldades, eu não podia analisar as necessidades individuais de cada aluno, basicamente eu apenas ensinava novamente e isso não era eficaz. Além disso, eu lançava pré-teste no início de cada capítulo, avaliava, mas não sabia como aproveitar isso na aula. Então eu lançava pós teste e o pós teste era dado ao final de cada capítulo. Eu levava alguns dias para avaliar e quando terminava de avaliar, todos que tinham notas iguais ou superiores a 70% passavam no teste. Eu definitivamente não trabalhava com aquelas crianças, de novo, eu trabalhava apenas com os alunos que tiraram novas abaixo de 70%. E eu aprendi com a academia Khan que os alunos que tiraram notas iguais ou acima de 70% não dominavam aquelas habilidades, eles não entenderam 30% daquele teste. Com a academia Khan e seu ensino híbrido, cada aluno estuda seu nível individual e recebe ajuda sobre o que eles realmente precisam. Dessa forma eu posso dar a eles uma ajuda mais específica e objetiva. E realmente, no ensino híbrido, fica evidente que o professor não é mais o único responsável pelo aprendizado do aluno. O aluno é protagonista do seu aprendizado. O docente não precisa mais oferecer uma única aula para a turma toda sem considerar as diferenças individuais. Hoje, podemos utilizar alguns recursos digitais para fazer isso de uma maneira melhor. É importante ressaltar que a tecnologia é uma aliada, pois o aprendizado pode acontecer qualquer hora, qualquer lugar. Não vamos limitar os nossos alunos, não é mesmo?! Vamos encontrar uma forma de facilitar esse aprendizado. >> Com certeza Flávia. Segundo Mauri, existem três concepções bem distintas sobre o papel do professor que utiliza as tecnologias digitais aula. Acreditamos que isso é como processo evolutivo dessas ferramentas. Por exemplo, na concepção centrada na dimensão tecnológica, a tecnologia é usada apenas como auxílio para algum conteúdo que o professor queira ensinar; prática muito comum nos primeiros laboratórios de informática das escolas que ainda tinham acesso à internet. O aluno usava o computador para produção escrita e leitura de texto. Já na concepção de acesso à informação por meio das tecnologias, o professor usa a ferramenta tecnológica também como mediador do processo interativo do aluno com informação. Pois o aluno tem acesso a outros meios e formas de aprendizagem. Neste caso, ele pode pesquisar, ver vídeos, entre outros. E uma última concepção que o professor trabalha junto com programadores e designers para desenvolver ferramentas visando individualização e até mesmo a personalização do ensino. Essa concepção, focada na construção do conhecimento, assemelha-se aos ideais que buscamos no ensino híbrido. Pois o professor usa ferramentas adaptativas que vão auxiliando o aluno com necessidades específicas para a construção do conhecimento. Como vimos nas primeiras aulas, o ensino híbrido tem como objetivo construir uma prática pedagógica inovadora, que potencialize o aprendizado dos alunos por meio de tecnologias digitais. Mas vale reforçar que a presença dessas tecnologias não diminui a importância do professor nas escolas, apenas modifica o seu papel. Nessa nova concepção de aprendizagem, você é arquiteto do conhecimento e precisa mostrar ao aluno que existem diferentes formas de construí-lo. É verdade, o uso de tecnologias digitais pode estimular e facilitar o processo de aprendizagem. E cabe ao professor mostrar ao aluno como utilizá-las de forma crítica e produtiva. Agora vamos mostrar para vocês vídeo sobre a mudança do papel do professor no ensino híbrido. [ESTRANGEIRO] [ESTRANGEIRO] [ESTRANGEIRO] [ESTRANGEIRO] com o estudante na altura certa, conforme as suas necessidades. >> Seguida, deixar de focar apenas no conteúdo para concentrar-se conteúdo, habilidades, e até postura para os nossos alunos. >> E a última mudança que temos pensado bastante é uma que acontece vários dos modelos que apresentamos, que é mudar de generalista para especialista. A ideia de que professores podem se especializar nos temas que os atraem mais ou onde se sobressaem. DE ORADOR A FACILITADOR >> Para tornar essa nova visão de escola uma realidade, nós professores temos que buscar princípio fundamental de como nós entendemos a nossa função como professores. E este é o nosso modelo principal estrutural de entrega. E abandonar a ideia de que sempre temos que ensinar algo para que os alunos tenham aprendido. >> Quando os alunos estão no computador durante o tempo pessoal de aprendizado, minha função é apenas facilitar. Não é a minha função responder as perguntas deles, mas é minha função solicitar avaliações de conteúdo. Eu faço isso acompanhando as tarefas deles e facilitando o seu aprendizado e todo o meu papel ali não é ensiná-los naquele momento. É para que eles aprendam com seus erros ou seus sucessos. >> A aula expositiva ainda fará parte do processo de aprendizado, não queremos criar uma impressão equivocada, mas se analisarem as escolas do ensino híbrido que mostramos, verão que as aulas continuam relevantes por duas razões. A primeira é que num contexto de grupo pequeno o professor ainda conduz os alunos por vários conceitos e exercícios. E a segunda razão, falando honestamente, os alunos na universidade ainda ainda aprendem as aulas expositivas por isso tomar notas e absorver o conteúdo ainda é importante. DE GRUPOS DE ESTRUTURA FIXA PARA AGRUPAMENTO DINÂMICO >> Na educação sabemos há muito tempo o poder de colocar os alunos no grupo certo na hora certa, mas geralmente, parece que a classe está dividida três grupos e nós os chamamos de nomes distintos, cardeais, gaios azuis ou pardais, mas a criança logo se dá conta rapidamente, "eu sou uma criança esperta ou eu não sou uma criança esperta". E isso porque os grupos foram fixados as coisas estão fixadas e as crianças não mudam. O modelo não se altera conforme o nível de proficiência que nós sabemos que podem mudar num dia ou algumas horas portanto, a ideia central aqui é o que chamamos de agrupamento dinâmico. Os grupos existem dependendo de cada nível de conceito e respondem às mudanças nas crianças. Elas podem ir do nível médio, ao alto e ao baixo, mesmo no espaço de uma semana. >> Esta é uma das grandes mudanças que o professor fará ao passar para o ensino híbrido. Eles usarão dados para conduzir essa ideia de agrupamento dinâmico ou grupos que mudam. Cremos que você deveria usar esses dados pelo menos semanalmente talvez até diariamente para avaliar continuamente os alunos e lhes oferecer o conteúdo certo, na hora certa. >> Vou lhe dar exemplo concreto. Há uma escola aqui na região que usa o sistema criado por eles mesmos e que se chama Exit Ticket. O professor assume a sua posição como professor de conteúdo, mas imediatamente oferece aos alunos algumas opções, perguntas para avaliar o que eles sabem. Os alunos colocam as suas respostas, e os que acertam são retirados, a cebola é pelada, remove-se a primeira camada esses alunos saem e trabalham algo mais desafiador. Então o professor começa a sua a sua aula e logo faz outra, pausa rapidamente de novo. Faz mais uma série de perguntas, avalia o que os alunos sabem ou não e remove mais uma camada de cebola, até chegar ao grupo de alunos que realmente precisam da intervenção mais mágica que temos, num pequeno grupo com o professor. >> Nós reensinamos o quanto antes. Este é dos aspectos marcantes do ensino pequenos grupos. Eu dou a aula num formato de pequeno grupo e posso descobrir que dois alunos do grupo I e dois alunos do grupo II têm dificuldades nas mesmas áreas. Ambos eles têm o equívoco de alinhar a régua da maneira errada. Então, eu posso pegar esses quatro alunos novamente e reensiná-los outra vez naquela área específica apenas. Eu sei qual área eles têm dificuldades, graças aos dados que obtenho rapidamente programas com esse modelo. >> Se analisarmos ambientes de ensino híbrido, é muito fácil imaginar que a quantidade de dados que você tem, rapidamente ganhará volume excessivo. Não se assuste com isso. Escolha uma fonte que lhe ofereça dados e objetivos possíveis, ou duas ou três matrizes que o ajudem na formação de grupos e que mostrem o que os alunos precisam seguir sua instrução. DE EXPLICADOR A INTERVENIENTE >> Se os professores explicam muito menos graças ao software, ficam mais livres para se dedicar muito mais tempo a intervenção na hora certa, para cada aluno individualmente. DO FOCO NO CONTEÚDO PARA O FOCO NO CONTEÚDO, HABILIDADES E POSTURAS >> É muito empolgante ver escolas que pensam com o foco não apenas no conteúdo que precisam lecionar, mas também, na habilidade dos alunos aplicar o conhecimento, assim como as posturas que esperam que os alunos tenham. Nossa esperança é que algumas destas técnicas de ensino híbrido venham a liberar mais tempo para os professores, para que eles possam dedicar mais tempo a essas habilidades e posturas para os estudantes. E isto também se alinha perfeitamente com o conteúdo central por vir que exigirá aos alunos trabalho mais cognitivos suas avaliações. Agora os professores e a equipe das escolas que vos temos mostrado pensam muito neste papel, e como levar os alunos a desenvolver o conteúdo de que precisam, a postura para serem bom aprendizes, e as habilidades ideais para o êxito. >> Eu venho de uma família de professores. Nós conversamos muito sobre escolas e sobre ensino. E eu penso que há duas coisas sobre este modelo que me atraíram mais, sobre as quais gosto mais de falar. O primeiro é a forma como identificamos claramente as três categorias do que queremos que os alunos aprendam. Conhecimento do conteúdo, habilidades cognitivas e habilidades não cognitivas. Qualquer professor pode lhe dizer que essas coisas são importantes e que são ensinadas suas aulas, mas gosto do fato de os termos identificado distintamente e separado tempo específico durante o dia para que os alunos trabalhem nessas coisas, assim, eles sabem que estão trabalhando. Uma coisa não se perde dentro de outra. Os alunos recebem feedback claro, seja do conteúdo, das habilidades cognitivas e não cognitivas. E cada deles recebem avaliação individual para que saibam exatamente o que estão fazendo bem e o que precisam trabalhar. Pensando que aspectos meu papel é o mesmo ou diferente creio que, termos das diferenças, uma grande diferença óbvia é que não estou falando tanto agora com o aluno sobre conteúdo específico como eu costumava fazer e não me preocupo o tempo todo se a atividade fará com que aprendam o conteúdo. Eu estou criando playlists, e definitivamente, trabalho muito para ajudar os alunos aprenderem o conteúdo, mas muito do ônus deste trabalho está agora sobre as crianças. DE GENERALISTA A ESPECIALISTA >> Vemos tendência muitas escolas, não todas, mas muitas escolas com o ensino híbrido, de professores que mudam de generalistas com todos os elementos do ensino para se especializarem seus pontos fortes e nas coisas que realmente os anima a continuar na profissão. Muitos se lembram do documentário "Esperando Pelo Super-Homem". O problema que tive com aquele filme foi o seu título. Ele implica que a única maneira de salvar nossas escolas é termos super professor cada sala de aula, realizando muitos tipos de tarefas que nenhum ser humano poderia realizar num espaço de 45 minutos. >> E vez disso nós perguntamos: E se os professores fizessem o que sabem de melhor? Aquele que simplesmente adora planejar aulas. Usaria suas ótimas aulas toda aquela faixa etária para evitar que todos preparem a mesma aula repetidas vezes. O professor que é ator, gosta da atenção dos alunos, pode dar mais aulas expositivas, com mais alunos de cada vez, e liberar os professores para executar diferentes tarefas. O professor que ama os dados e que gosta da avaliação pode criar uma avaliação válida e estaticamente confiável e usá-la toda a escola, talvez até toda a região. Estimule os pontos fortes do professor e permita que eles se especializem até onde for possível. >> Quando se percebe que nem todo o professor precisa fazer a mesma tarefa, uma vez que você decide que cada professor precisa fingir dominar milhares de temas diferentes, algo que, como humanos, sabemos que é impossível. É animador. E muitos professores são bem-sucedidos na administração da sala de aula. Outros sabem despertar nos alunos o amor pela escrita. Outros professores têm sucesso condicionar os alunos para a música sobre Matemática, para ensiná-los a pensar na matemática. E a parte legal é deixar o professor colocar prática seu talento. >> Essas são as cinco mudanças que o Brian e eu vemos acontecer ao se envolverem com o modelo de ensino hibrido. E esperamos que esta lista seja desafiadora e o tenha inspirado. O QUE OS PROFESSORES DEVEM ABANDONAR >> Nós apresentamos muitas ideias das mudanças no papel do professor quando ingressamos no contexto do ensino híbrido. E quando refletimos sobre como as suas posturas mudam, é importante que os professores reflitam no que deve abandonar. >> Ponto importante que eu encorajaria as pessoas a deixar é o plano de aprendizado. O conceito de que é suposto todos os alunos avançarem no mesmo ritmo. Nosso sistema educacional firma-se virtualmente na hipótese de que somos os melhores astrólogos do mundo. Por exemplo, aluno nasce no ano do Coelho, e portanto, 15 anos depois no dia 27 de outubro, ele estará apto para ler o capítulo sexto do Huckleberry Finn, da página 68 à 71.