[MÚSICA] Imagine uma sala de aula com 30 alunos. Cada aluno apresenta conhecimentos prévios diferentes, interesses diferentes e habilidades diferentes. Na aula tradicional praticamente ignoramos esses fatores e ensinamos mesmo conteúdo de uma mesma forma a todos os alunos. A inserção da tecnologia no ensino híbrido tem o propósito claro de personalizar o ensino, adequando tempo, percurso, ritmo e/ou espaço do aluno. Aliás, para o ensino híbrido não há oposição entre o estudo via tecnologia e o estudo presencial. A sala de aula deixa de ser o único espaço de acesso ao conhecimento e as tecnologias estão presentes todos os espaços, coexistindo com outras atividades propostas pelo professor. No ensino híbrido, podemos propor estações de trabalho que o mesmo conteúdo é ensinado de diferentes formas por vídeos, exercícios autocorrigiveis, textos, ou com a explicação do professor e cada aluno pode aprender utilizando o modo que é melhor para ele. É importante ressaltarmos também, que quanto mais informações o professor obtiver a respeito do que o aluno faz nos momentos mediados pela tecnologia digital, mais condições ele terá de propor atividades diferenciadas favorecendo a personalização do ensino. Os dados gerados com o uso dos recursos digitais servem de apoio para o professor para decisões pedagógicas e avaliação de sua prática. Lembra-se dos modelos de ensino híbrido que vimos na segunda aula? Vamos analisar agora qual o papel da tecnologia cada desses modelos. No modelo de rotação por estações, ou de rotação individual, por exemplo, a tecnologia pode fazer parte de uma das estações definidas pelo professor. Nesta estação que terá o uso da tecnologia, por exemplo, o aluno pode assistir a vídeos conceituais para que posteriormente ele faça exercícios numa plataforma adaptativa, ou até mesmo que expressem criticamente a sua opinião a respeito daquilo que estão aprendendo. Já no modelo de laboratório rotacional, a relevância da tecnologia digital é ainda mais evidente, pois nesse modelo trabalhamos com a sala de aula e o laboratório de informática simultaneamente com parte dos alunos da turma cada dos espaços. Como parte dos alunos ficarão no laboratório de informática, o computador terá papel fundamental na aprendizagem dos estudantes, podendo ser utilizado software ou uma plataforma que gere dados ao professor e aos estudantes sobre aquilo que é ensinado, personalizando o ensino a partir dos resultados obtidos por cada dos alunos. O que diferencia esse modelo do que acontece muitas escolas, é que deve existir uma conexão muito clara do que o aluno está aprendendo e praticando no laboratório com o conteúdo de sala de aula. Nos modelos virtual enriquecido, a la carte e flex, o ensino online é dos principais momentos de aprendizagem dos estudantes. Sendo assim, saber utilizar as tecnologias digitais para gerar dados sobre os alunos, sobre o que eles realizaram e sobre o desempenho de cada no processo de aprendizagem, é uma habilidade que deve ser desenvolvida pelo professor. É interessante conhecermos como alguns professores utilizavam as tecnologias digitais antes de conhecer o ensino híbrido e agora depois que o adotaram suas aulas. Vamos assistir a seguir alguns depoimentos. >> Bom, a grande vantagem foi reaprender a utilizar a tecnologia. A tecnologia passou a ter novo caráter nas minhas aulas, ela vem a serviço dessa nova pedagogia, onde os alunos aprendem por si mesmos e os professores são orientadores desse processo. Então mudou radicalmente, desde o planejamento, aplicação e avaliação das minhas aulas. As minhas aulas antes de conhecer o ensino híbrido eram aulas exclusivamente dispositivas. Mesmo quando eu utilizava a tecnologia, eu sempre utilizava a serviço da aula dispositiva. Então ele tinha que aprender o conteúdo da aula e a minha única preocupação era essa. Então seja uso de [INCOMPREENSÍVEL], seja o uso de visitas virtuais, filmes. Mesmo que usando como documentos históricos, já que minha disciplina é história, ele sempre estava a serviço da aula dispositiva. A partir do momento que eu comecei o ensino híbrido, a aula tomou uma nova dinâmica, os alunos tomaram a direção da aula e as atividades foram completamente modificadas, inclusive na estrutura espacial, física da sala de aula. A tecnologia teve novo papel, eu tive novo papel, que foi muito importante. Eu passei de orador para facilitador estive mais perto dos alunos desta forma. Não mais estava preocupado com os conteúdos, ou só com os conteúdos, o foco mudou. Dos conteúdos eu parti para preocupações com relacionamentos, com a personalização, ou com a autonomia dos alunos. >> Eu notei de cara aumento no interesse, na participação dos alunos também. Houve crescimento no engajamento. Acho que é reflexo de usar mídias e interfaces com as quais eles estão mais acostumados. Nas turmas com as quais eu já trabalhei ensino híbrido, eu tive acréscimo, tive crescimento de 100% da participação de maneira global. Antes do ensino híbrido eu sempre optava por aula expositivas, utilizava no máximo curso multimídia, eu chamaria até de uma aula expositiva multimídia. Tinha algum enriquecimento visual, mas não o bastante para conseguir atrair todos os alunos. Então existia algum desinteresse. Hoje eu tenho definitivamente uma participação mais ativa. Os alunos usam os recursos mesmo que trabalhando por sala de aula invertida eu tenho alunos mais interessados e aí ganha dinamismo, mesmo porque a gente pode trabalhar de uma maneira diferente sala. >> Bom, eu acredito que são três pontos. O primeiro é a questão da autonomia do aluno. O aluno poder aprender a aprender, buscar conhecimento sozinho, ele se tornar livre ele não depender da escola ou do professor quando ele se formar. O segundo ponto eu acho que é a questão da personalização do ensino. Você poder trabalhar com cada aluno, observar as suas dificuldades, o seu aprendizado. Cada aluno poder aprender no seu ritmo, na sua velocidade e ir avançando conforme vai aprendendo realmente. A massificação do ensino, que eu acho que esse é grande problema que temos na educação. E o terceiro ponto que eu vejo de de possibilidade do ensino híbrido é o relacionamento entre professor e aluno. Você poder se aproximar mais do seu aluno, conhecê-lo melhor e o aluno também ter mais abertura para poder aprender melhor com o professor. Antes as minhas aulas que utilizava tecnologia eram nada mais do que aulas expositivas com o uso da tecnologia. Então eu troquei o giz pela lousa digital, mas a ula continuou a mesma. Então ao invés de eu fazer desenho na lousa, eu pegava desenho na internet e colocava na apresentação. Trazia vídeos, mas continuava aquela aula expositiva. De atividade para casa continuava o PDF, eu utilizava o recurso da tecnologia, mas com ensino tradicional. Depois do ensino híbrido eu repensei a sala de aula, repensei o meu método de ensino. Então os alunos puderam trabalhar grupo, trabalhar atividade diferenciadas, puderam trabalhar com várias atividades numa mesma aula. Eles puderam aprender no ritmo deles, com vídeo aulas, ou com atividade casa, ferramentas online que eles pudessem preencher. Eu não só utilizei a tecnologia, como repensei a sala de aula. >> Fica evidente que as tecnologias digitais auxiliam você, professora ou professor, a personalizar o aprendizado de seus alunos principalmente por quatro motivos. Primeiro, porque você terá mais tempo para focar alunos que estão com dificuldades, enquanto outros alunos aprofundam o conteúdo assistindo à vídeo aulas fazendo pesquisas, ou utilizando jogos educativos online. Segundo, também lhe permitirá auxiliar os alunos a trabalhar de forma colaborativa intervindo nos grupos menores, enquanto outros estão fazendo atividades online. Terceiro, você poderá utilizar jogos e plataformas adaptativas que forneçam dados e relatórios tempo real, permitindo a você identificar as facilidades e dificuldades dos alunos antes das avaliações formais, quando já não há tempo suficiente para pensar novos caminhos de ensino. E quarto, permitirá que os estudantes tenham mais autonomia e sejam responsáveis pelo processo de apropriação do conteúdo que mais eles interessa. A seguir, veremos uma palestra que Salman Khan conta sobre como e por que ele criou a Khan Academy, uma coleção estruturada de vídeos educacionais e exercícios interativos oferecendo conteúdo completo matemática e outros assuntos. [SOM] [SOM] [ESTRANGEIRO] [ESTRANGEIRO] [ESTRANGEIRO] [ESTRANGEIRO] [ESTRANGEIRO] [ESTRANGEIRO] [ESTRANGEIRO] [ESTRANGEIRO] [ESTRANGEIRO] então você não tem emoção. [RISOS] [APLAUSO] >> Agora nós temos cerca de 2.200 vídeos cobrindo tudo desde aritmética básica até chegar cálculo vetorial e algumas das coisas que vocês viram aqui. Nós temos milhão de estudantes por mês usando o site, assistindo a cerca de 100 a 200 mil vídeos por dia. Mas o que nós vamos conversar sobre isso é como vamos chegar ao próximo nível. Mas antes que eu faça isso, eu quero falar pouco sobre como eu comecei realmente. E alguns de vocês devem saber, há cinco anos atrás eu era analista de fundo de investimento. E eu estava Boston, e estava tutorando meus primos Nova Orleans, remotamente. E comecei a colocar os primeiros vídeos no YouTube apenas como uma coisa legal de ter, apenas como suplemento para meus primos – algo que podia dar a eles lembrete. E assim que coloquei os vídeos no YouTube, algo interessante aconteceu – na verdade monte de coisas interessantes aconteceram. A primeira foi o retorno dos meus primos. Eles me disseram que eles me preferiam no YouTube do que pessoa. [RISOS] E depois que você supera o lado ruim disso, havia algo realmente muito profundo ali. Eles disseram que eles preferiam a versão automática do seu primo a seu primo. No começo, é muito contra intuitivo, mas quando você pensa sobre isso no ponto de vista deles, isso faz muito sentido. Você tem essa situação onde agora eles podem pausar e repetir seu primo, sem sentir que estão me fazendo perder tempo. Se eles tivessem de revisar algo que eles deviam ter aprendido algumas semanas atrás, ou talvez alguns anos atrás, eles não precisam ficar envergonhados e perguntar ao seu primo. Eles podem apenas ver os vídeos. Se se entediarem eles podem ir para adiante. Eles podem assistir no seu próprio horário, no seu próprio ritmo. E, provavelmente, o aspecto menos apreciado disso é a noção de que a primeira vez, a primeiríssima vez que você tenta fazer seu cérebro entender novo conceito, a última coisa de que você precisa é outro ser humano perguntando: "Você entendeu isso?" E isso é o que estava acontecendo com a interação com meus primos antes. E agora eles podem fazer isso apenas na intimidade de seu próprio quarto. A outra coisa que aconteceu foi – eu coloquei no YouTube – eu não vi razão para fazer isso particular, então eu deixei outras pessoas assistirem. E então as pessoas começaram a esbarrar nisso. E eu comecei a receber alguns comentários e algumas mensagens de todos os tipos de retorno de pessoas aleatórias de todo o mundo. E esses eram apenas alguns. Isso é na verdade de dos vídeos de cálculo originais. E alguém escreveu no YouTube – era comentário no YouTube: "Primeira vez que sorri fazendo uma derivada." [RISOS] E vamos pausar aqui. Essa pessoa fez uma derivada e então ela sorriu. E depois resposta ao mesmo comentário – isso está na discussão. Você pode ir aos vídeos no YouTube e ver esses comentários – alguém escreveu: "Mesma coisa aqui, na verdade eu fiquei de bom humor o dia inteiro. Desde que me lembro de ver todas essas matrizes na escola, e aqui estou tipo: 'Eu sei kung fu'." [RISOS] E recebemos bastante retorno ao longo dessas linhas. Isso estava claramente ajudando as pessoas. Mas depois, enquanto a audiência continuava crescendo e crescendo, eu comecei a receber cartas de pessoas, e começou a ficar claro que isso era mais do que uma coisa legal de ter. Esse é apenas trecho de uma dessas cartas. "Meu filho de 12 anos tem autismo e teve uma péssima experiência com matemática. Nós tentamos de tudo, vimos de tudo, compramos de tudo. Nós esbarramos no seu vídeo sobre decimais e ele entendeu. Depois fomos para as temidas frações. De novo, ele entendeu. Nós não podíamos acreditar. Ele está tão entusiasmado. E como vocês podem imaginar, lá estava eu, analista de fundo de investimento, Era muito estranho para mim fazer algo com valor social. [RISOS] [APLÁUSOS] Mas eu estava entusiasmado, então continuei. E depois comecei a me dar conta de algumas outras coisas. De que isso não só ajudava meus primos agora, ou essas pessoas que estavam enviando cartas, mas que esse conteúdo nunca vai envelhecer, que isso podia ajudar seus filhos ou seus netos. Se Isaac Newton tivesse feito vídeos no YouTube sobre cálculo, eu não precisaria ter feito. [RISOS] Supondo que ele fosse bom. Nós não sabemos. [RISOS] A outra coisa que aconteceu – e mesmo nesse ponto, eu disse: "Ok, talvez seja bom suplemento. É bom para estudantes motivados. É bom talvez para quem estuda casa." Mas eu não achava que seria algo que penetraria de alguma forma na sala de aula. Mas então comecei a receber cartas de professores. E os professores escreviam dizendo: "Nós usamos seus vídeos para mudar a aula. Você deu as explicações, agora o que a gente faz..." E isso pode acontecer qualquer sala de aula nos Estados Unidos amanhã: "... o que eu faço é passar os vídeos das aulas como lição de casa. e o que costumava ser lição de casa, agora os alunos estão fazendo na sala de aula." E eu quero pausar aqui para – [APLAUSOS] Eu quero pausar aqui por segundo, por causa de duas coisas interessantes. A primeira, quando professores fazem isso, há o benefício óbvio – o benefício de que agora seus alunos podem curtir os vídeos da maneira como meus primos curtiram. Eles podem pausar, repetir no seu próprio ritmo, no seu próprio ritmo. Mas a coisa mais interessante é – e isso é a coisa contra intuitiva quando se fala sobre tecnologia sala de aula – ao remover a palestra de tamanho padrão para toda classe e deixar os alunos terem sua matéria auto ritmada casa, e depois quando você vai à sala de aula, deixando-os fazer a lição, com o professor rondando, fazendo com que os colegas realmente interajam entre si, esses professores usaram a tecnologia para humanizar a sala de aula. Eles tomaram uma experiência fundamentalmente desumanizante – 30 garotos com seus dedos nos lábios, proibidos de interagir entre si. Professor, não importa o quanto seja bom, precisa dar essas palestras tamanho padrão para 30 alunos – rostos inexpressivos, quase antagonísticos – e agora é uma experiência humana. Agora eles estão realmente interagindo entre si. Então uma vez com a Khan Academy – eu saí do meu emprego. e nos tornamos uma organização de verdade – somos uma organização sem fins lucrativos – a questão é: como trazemos isso para o próximo nível? Como trazemos o que os professores estão fazendo para sua conclusão natural? E isso é o que estou mostrando aqui, esses são exercícios reais que comecei a escrever para meus primos. Os que eu comecei eram muito mais primitivos. Isso é uma versão mais competente disso. Mas o paradigma aqui é, nós vamos gerar tantas questões for necessárias até que você entenda o conceito, até você dar 10 respostas certas seguidas. E os vídeos da Khan Academy estão aí. Você tem dicas, os passos para aquele problema, se você não sabe como fazer isso. Mas o paradigma aqui, parece como uma coisa bem simples: 10 exercícios bem feitos seguidos, você segue frente. Mas é fundamentalmente diferente do que está acontecendo nas salas de aula agora. Numa sala de aula tradicional, você tem duas lições de casa, lição de casa, palestra, lição de casa, palestra, e depois você tem exame pontual. E naquele exame, quer você obtenha 70 por cento, 80 por cento, 90 por cento, ou 95 por cento, a classe segue para o próximo tópico. E mesmo aquele aluno com 95 por cento, o que era aquele 5 por cento que não sabia? Talvez ele não soubesse o que acontece quando você eleva algo à potência zero. E depois você vai agregar isso no próximo conceito. Isso é análogo a imaginar aprender a andar de bicicleta, e talvez eu dê a vocês uma palestra adiantada, e dê uma bicicleta por duas semanas. E então eu volto depois de duas semanas, e digo: "Bem, vamos ver. Você está tendo problemas com curvas à esquerda. Você não pode parar. Você é ciclista 80 por cento." Então eu coloco grande C na sua testa e digo: "Este é uniciclista." Mas por mais ridículo que isso soe, isso é exatamente o que está acontecendo nossas salas de aula agora. E a ideia é que mais para frente bons alunos começam a errar álgebra de repente e começam a errar cálculo de repente, apesar de ser espertos, apesar de ter bons professores. E isso frequentemente porque eles têm esses buracos de queijo suíço que continuaram a construir sobre sua fundação. Então nosso modelo é aprender matemática da maneira que você aprende qualquer coisa, como você aprenderia a andar de bicicleta. Fique na bicicleta. Caia da bicicleta. Faça isso o quanto for necessário até você ter domínio. No modelo tradicional, ele penalizaria você por experimentar e falhar, mas ele não espera domínio. Nós encorajamos você a experimentar. Nós o encorajamos a falhar. Mas nós esperamos domínio. Isso é apenas mais dos módulos. Isso é trigonometria. Isso é aumentar e refletir funções. E todos eles combinam juntos. Nós temos cerca de 90 desses agora. E você pode ir ao site agora. É tudo de graça. Não tento vender nada. Mas a ideia geral é que todos eles combinam nesse mapa do conhecimento. A ponta do topo aqui, é literalmente a soma de algarismo. É como 1 mais é igual a 2. E o paradigma é, uma vez que você tem nota 10 nisso, ele continua a levá-lo adiante para módulos mais e mais avançados. Então se você continuar no mapa do conhecimento, você vai chegar aritmética mais avançada. Mais para frente, você começa a entrar pré-álgebra e álgebra inicial. Mais para frente, você começa a entrar álgebra álgebra dois, pouco de pré cálculo. E a ideia é, a partir disso nós podemos ensinar tudo – bem, tudo que pode ser ensinado nesse tipo de estrutura. Então você pode imaginar – e isso é no que estamos trabalhando – é a partir do mapa do conhecimento que você tem lógica, tem programação de computador, você tem gramática, genética, tudo baseado nesse princípio, se você sabe isso e aquilo, agora você está pronto para esse próximo conceito. Agora isso pode funcionar bem para aprendiz individual, e eu encorajo, por lado, a vocês fazerem isso com seus filhos, mas também encorajo todo mundo na platéia a experimentar por si mesmo. Isso vai mudar o que acontece na sala de jantar. Mas o que nós queremos fazer é usar a conclusão natural da inversão da sala de aula que aqueles professores me falaram. E isso que eu estou mostrando para vocês, isso são dados reais de piloto no dristrito de Los Altos, onde eles pegaram duas classes de quinta série e duas de sétima série e engoliram completamente seu velho currículo de matemática. Essas crianças não estão usando livros-texto, elas não estão tendo palestras de tamanho padrão. Elas estão fazendo a Khan Academy, elas estão usando aquele programa, para quase metade das aulas de matemática. E quero deixar claro, não vemos isso como a educação completa de matemática. O que isso faz é – e isso é o que acontece Los Altos – é aumentar o tempo livre. Isso é o básico, assegurando que você saiba como lidar com sistema de equações, e isso aumenta o tempo livre para simulações, para os jogos, para a mecânica, para a construção de robôs, para estimar o quanto é alta aquela colina baseado na sua sombra. ntão o paradigma é o professor entra todo dia, cada garoto trabalha no seu próprio ritmo – e isso é painel vivo do distrito escolar de Los Altos – e eles olham para esse painel. Cada fileira é aluno. Cada coluna é desses conceitos. Verde significa que o aluno já é proficiente. Azul quer dizer que ele está trabalhando nisso – não precisa se preocupar. Vermelho quer dizer que está travado. E o que o professor faz é literalmente dizer: "Deixe-me intervir nos garotos vermelhos." Ou ainda melhor: "Deixe-me pegar dos garotos verdes que já é proficiente nesse conceito para ser a primeira linha de ataque e realmente tutorar seu colega." [APLAUSO] Agora eu venho de uma realidade muito focada dados, então não queremos nem mesmo que o professor intervenha e faça perguntas constrangedoras ao aluno: " o que você não entendeu?" ou "O que você entendeu?" e todo o resto. Nosso paradigma é armar os professores com a maior quantidade de dados possível – dados que, quase qualquer outro campo, são esperados, se você trabalha com finanças ou propaganda ou fabricação. E assim o professores podem realmente diagnosticar o que está errado com os alunos de maneira que podem fazer suas interações mais produtivas possível. Agora os professores sabem exatamente o que os alunos têm feito, quanto tempo eles gastam todo dia, a quais vídeos assistiram, quando pausaram os vídeos, o que fez que parassem de ver, quais exercícios estavam fazendo, no que eles estavam se focando? O círculo externo mostra quais exercícios estavam se focando. O círculo interno mostra quais vídeos estavam se focando. E os dados se tornam bem finos de forma que pode-se ver o problema exato que o aluno faz certo ou errado. Vermelho é errado, azul é certo. A questão à esquerda é a primeira que o aluno tentou. Ele assistiu ao vídeo até aqui. E então você pode ver, eventualmente, eles puderam acertar 10 perguntas seguidas. É quase como se você pudesse vê-los aprender esses 10 problemas. Eles também se tornam mais rápidos. A altura é quanto tempo eles levaram. Então quando fala-se aprendizagem autoritmada, isso faz sentido para todo mundo – na chamada aprendizagem diferenciada – mas é meio maluco quando você vê isso na sala de aula. Porque toda vez que fizemos isso, cada sala de aula que fizemos, repetidas vezes, depois de cinco dias nisso, há grupo de garotos que está adiantado e há outro grupo de garotos pouco atrás. E num modelo tradicional, se você fizesse uma avaliação pontual, diria: "Esses são garotos inteligentes, aqueles são garotos lerdos. Talvez eles devessem ser acompanhados de forma diferente. Talvez devêssemos colocá-los salas diferentes." Mas quando você deixa cada aluno trabalhar seu próprio ritmo – e vemos isso repetidas vezes – você vê alunos que tomam tempo extra conceito ou outro, mas uma vez que adquirem esse conceito, eles apenas vão adiante. E assim os mesmos garotos que você pensava que eram lerdos semanas atrás, agora você pensa que são inteligentes. E vemos isso repetidas vezes. E isso faz você se perguntar quantos estereótipos que talvez vários de nós recebemos eram apenas devido a uma coincidência de tempo. Agora por mais valioso que algo assim seja num distrito como Los Altos, nosso objetivo é usar a tecnologia para humanizar, não apenas Los Altos, mas escala global, o que está acontecendo na educação. E realmente, isso meio que traz ponto interessante. Muito do esforço humanizar a sala de aula é focada na relação aluno-professor. Nosso pensamento, a métrica relevante é a relação aluno-tempo-valioso- com-o-professor. Num modelo tradicional, a maior parte do tempo do professor é gasto dando matérias e avaliando e assim por diante. Talvez cinco por cento de seu tempo seja sentar com os alunos e realmente trabalhar com eles. Agora 100 por cento do tempo é. Então de novo, usando tecnologia, não apenas invertendo a sala de aula, você humaniza a sala de aula, eu diria, por fator de cinco ou dez. E por mais que isso seja valioso Los Altos, imagine o que isso representa ao aprendiz adulto que está envergonhado voltar e estudar o que eles deviam ter tido antes, antes de voltar para a universidade. Imagine o que isso representa para garoto de rua Calcutá que precisa ajudar sua família durante o dia, e essa é a razão pela qual ele ou ela não pode ir à escola. Agora eles podem gastar duas horas por dia e se recuperar, ou se atualizar e não ficar envergonhado sobre o que eles sabem ou não. Agora imaginem o que acontece – nós falamos sobre colegas ensinando uns aos outros dentro da sala de aula. Mas isso é tudo sistema. Não há razão para que não possa haver esse tutoramento colega a colega além dessa sala de aula específica. Imagine o que acontece se o aluno de Calcutá de repente pode tutorar seu filho, ou seu filho pode tutorar esse garoto Calcutá? E penso que isso que vocês verão surgir é a noção de uma sala de aula global. E isso é essencialmente o que estamos tentando construir. Obrigado. [APPLAUSE] [APPLAUSE] [APLAUSO] [APLAUSO] [APLAUSO] [APLAUSO] [APLAUSO] >> Eu vi algumas coisas que vocês fazem no sistema que tem a ver com motivação e retorno – pontos de energia, medalhas de mérito. Me diga o que vocês pensam disso? >> Sim. Nós temos uma equipe incrível trabalhando nisso. E eu preciso deixar claro, não é mais apenas eu. Eu ainda faço todos os vídeos, mas nós temos uma equipe de estrelas fazendo o programa. Sim, nós colocamos bocado de mecânica de jogos lá onde você ganha essas medalhas, nós vamos começar a ter tabelas de classificação, por área, e você ganha pontos. É bem interessante na verdade. Só ao mencionar as medalhas ou quantos pontos você ganha por fazer algo, nós observamos numa base ampla do sistema, cerca de dezenas de milhares de alunos de 5ª e 6ª séries indo uma direção ou outra, dependendo qual medalha você oferece. [LAUGH] >> E a colaboração que você faz com Los Altos, como isso aconteceu? >> Los Altos, foi meio maluco. Mais uma vez, eu não esperava que isso fosse usado salas de aula. Alguém da área de educação veio e disse: "O que você faria se tivesse carta branca uma sala de aula?" E eu respondi: "Bem, eu deixaria cada aluno trabalhar no seu ritmo algo como isso e ofereceríamos painel." E eles disseram: "Isso é meio radical. Precisamos pensar sobre isso." E eu e o resto da equipe ficamos tipo: "Eles nunca vão querer fazer isso." Mas no dia seguinte eles perguntaram: "Você pode começar duas semanas?" [LAUGH] >> Então matemática da quinta série é que está ocorrendo agora? >> São duas classes de 5ª série e duas classes de 7ª série. E eles estão fazendo isso no nível do distrito. Acho que eles estão animados porque agora podem acompanhar esses garotos. Não é uma coisa só-dentro-da-escola. Até mesmo, no Natal, vimos alguns dos garotos fazendo isso. E nós podemos acompanhar tudo. Então eles podem acompanhá-los enquanto vão por todo o distrito. Durante as férias de verão, quando passam de professor para outro, você tem essa continuidade de dados que mesmo no nível distrital eles podem ver. Então algumas dessas visualizações que vimos eram para o professor ir e acompanhar o que estava acontecendo com essas crianças. Você tem retorno dessas visualizações do professor para ver o que eles acham que significam? >> Sim. A maioria delas foram sugeridas pelos professores. Nós fizemos algumas para os estudantes para que pudessem ver seus dados, mas temos uma supervisão de desenho detalhada com os próprios professores. E eles dizem literalmente: "Ei, isso é bonito, mas..." Como aquele gráfico de foco, muitos professores disseram: "Eu tenho a impressão que muitas crianças estão pulando e não se focando num tópico." Então fizemos esse diagrama de foco. Isso é tudo guiado por professores. Isso foi bem maluco. >> Isso está pronto para o público geral? Você não acha que muitas classes no próximo ano deviam tentar isso? >> Sim, está pronto. Nós já temos milhão de pessoas no site, então nós podemos aguentar mais alguns. [LAUGH] Não, não há razão para isso não poder acontecer todas as classes dos Estados Unidos amanhã. >> E a visão do tutoramento. A ideia que há, se estou confuso sobre tópico, de algum jeito na interface do usuário eu vou encontrar pessoas que se voluntariam, talvez ver sua reputação, e eu posso agendar e me conectar com essas pessoas? >> Absolutamente. E isso é algo que recomendo para todo mundo na audiência a fazer. Esses painéis que os professores têm, você pode acessar agora mesmo e pode essencialmente se tornar técnico para seus filhos, seus sobrinhos ou primos, ou talvez algumas crianças do Clube "Boys and Girls". E sim, você pode começar a se tornar mentor, tutor, realmente imediatamente. Mas sim, isso está tudo lá. >> Bem, isso é incrível. Eu acho que você teve vislumbre do futuro da educação. Obrigado. >> Obrigado. [APLAUSO] [MÚSICA]