[MÚSICA] Lixo, substantivo masculino. Qualquer material sem valor ou utilidade, ou detrito oriundo de trabalhos domésticos, industriais, etc. que se joga fora. Tudo o que se retira de lugar para deixá-lo limpo. 2010, foi sancionada a lei 12.305 para que todo o lixo urbano fosse disposto de forma adequada aterros sanitários, cooperativas de reciclagem, aterros controlados e incineradores. Com a demanda crescente por equipamentos eletrônicos cada vez melhores e mais baratos, o consumo desses produtos aumentou. A troca desses equipamentos têm gerado uma quantidade crescente de lixo eletrônico que precisa de uma destinação apropriada. No dia 6 de julho de 2009 foi sancionada a lei 13.576 que cria normas e procedimentos para reciclagem, gerenciamento e destinação final de lixo tecnológico, também chamado de 'e-lixo'. Essa categoria especial de lixo trata-se, essencialmente, da sucata que resulta de aparelhos eletrônicos como computadores, televisão, dvd, telefones celulares, pilhas e baterias, materiais com alta concentração de metais pesados, impressoras, geladeiras, caixas eletrônicos, componentes automotivos, equipamentos hospitalares, entre outros. A sucata eletrônica integra a lista de produtos com a capacidade de uso exaurida seja por falha ou por obsolescência tecnológica. Além disso, a exportação de sucata eletrônica e outros componentes eletrônicos tem se mostrado excelente nicho de mercado. Para que o material possa ser reciclado, é muito importante o descarte correto e controlado. Nesse sentido, entre as vantagens do descarte adequado de sucata, vale destacar a recuperação de recursos naturais, a valorização de resÃduos, a redução da poluição e a própria prevenção do descarte irregular. As prefeituras de algumas cidades já se preocupam com essa questão e disponibilizam orientações e locais adequados para receber lixo tecnológico. O que é lixo para alguns pode ser ouro para outros. São descartados a cada dia uma enorme quantidade de motores, conectores, componentes, ventoinhas, microbuzinas, chaves, dissipadores, sensores, etc. Sendo que a grande maioria desses componentes ainda está funcionando. Algumas escolas podem e compram kits eletrônicos carÃssimos e obtém resultados diversos. Nada contra quem pode comprar e quem vende, e muito menos de qualquer marca, mas vamos situar a nossa realidade. Esses kits são importados onde são cobrados impostos, taxas e fretes que chegam a triplicar o valor real dos componentes. Além de não ser sustentável, é mercado injusto com aqueles que não dispõem de tantos recursos financeiros e que não terão acesso. Por outro lado, temos recurso inesgotável de componentes funcionais descartados todos os dias. Olhar atento e treinado pode encontrar, no lixo eletrônico, uma diversidade de componentes para os mais diversos projetos educacionais. Além disso, os jovens adoram desmontar esse tipo de equipamento. Bem orientados e com segurança, essa tarefa resulta aprendizado prazeroso para a maioria dos estudantes. Identificar, desmontar, separar e reutilizar esses componentes por si só é uma atividade envolvente para algumas aulas. A variedade de equipamentos eletrônicos descartados é enorme. Muitos desses equipamentos possuem, seu interior, componentes que ainda podem ser muito aproveitados como nossos projetos da escola 4.0. Estimulem os seus alunos para que eles reconheçam as peças. Use e abuse da internet. Há várias informações disponÃveis como, por exemplo, os componentes da placa mãe de computador de mesa. Nesta placa mãe podemos identificar dois componentes muito úteis para as nossas montagens, a microbuzina e o slot PCI. Sugira que eles tirem fotos e criem caderno com os componentes que eles identificarem mesmo que, por hora, não saibam a função e nem mesmo tenham idéia para que possa servir. A curiosidade joga a nosso favor. Primeiro, tenham mente a segurança. Para desmontar o equipamento, você precisa avaliar se há algum risco envolvido neste processo, na dúvida, não desmonte. Fique atento a alguns sinais que possam indicar perigo. Cuidado com peças quebradas, pontas e redondos. Use uma luva e óculos de segurança ao manusear este material. A garimpagem desses equipamentos requer treino e paciência, mas vale muito a pena. Algum desses equipamentos ainda podem ser entregues depois de limpos e higienizados. Para isso, use pincel para tirar o pó e pano com álcool. Usando ferro de solda e soldador já é suficiente para garimpar a maioria dos seus componentes. Não tenha medo de explorar. Não há problema se você quebrar o componente ainda mais se você aprendeu como fazer na próxima vez. Há arranjos simples e bem interessantes que podem te ajudar como referência. Se você não tem interesse usar essas ferramentas, pode, talvez, procurar ajuda na sua comunidade ou mesmo fazer projeto envolvendo o setor público que recolhe esse lixo. O investimento ferramentas e treinamento de pessoas pode gerar componentes para diversas escolas. Pense nisso! Separar, guardar e ter à disposição uma peça ou componente para quando você, ou algum dos seus alunos precisar, é tão importante quanto desmontar componente com sucesso. Além da separação, a organização é importante para que você localize o componente que deu tanto trabalho para ser garimpado. Use uma forma de organização separando os componentes conforme a sua função. Fisicamente, você pode usar organizadores ou até mesmo construir os seus próprios organizadores MBF. Para facilitar ainda mais essa busca, existem vários aplicativos de controle de pequenos estoques que são gratuitos e bem simples de utilizar. Se você tenta sucesso nas etapas anteriores, a reutilização será a parte mais fácil. Durante o nosso curso, daremos dicas e exemplos de como usar esses componentes. O bacana é que você pode criar os seus próprios caminhos e inventar uma aplicação a partir de componente garimpado. A utilização de componente que foi resgatado do lixo pode ser a cereja no bolo do projeto dos seus alunos. A seguir, mostraremos exemplo utilizando o slot PCI que é uma das peças mais encontradas placas mães descartadas hoje dia. Nesta figura, temos uma placa feita com três desses slots reaproveitados. A partir dele, podemos construir uma valiosa placa de expansão para facilitar o acesso a todas as saÃdas do microbit incrementando, assim, as possibilidades dos nossos projetos. Se uma placa de expansão parecida com essa fosse importada, ou adquirida no mercado nacional, o custo aproximado seria de três a quinze vezes maior. Isso significa uma economia expressiva. [MÚSICA] [MÚSICA]