[MÚSICA] Vamos falar de diversidade nas organizações. Mas o que é diversidade e como o tema está relacionado com as organizações? Temos visto uma movimentação nas organizações sobre diversidade, ou seja, as empresas querem ter diversidade, buscam ter mais pessoas negras, buscam ter mais mulheres, mais pessoas com deficiência, entre outras formas de diversidade. Mas nem sempre elas entendem por que isso é importante e acaba se tornando uma grande preocupação, até porque nem sempre é plano que dá certo. Atualmente, temos visto as empresas tendo consultorias, fazendo planos de ação para ter mais diversidade. Existe sim, já, ponto forte nisso, essa iniciativa, essa vontade de querer a diversidade, mas nem sempre estamos conseguindo os melhores resultados. Vamos falar então sobre isso, o que é diversidade. No seu conceito é tudo que é diverso, é multiplicidade, são aspectos que se diferenciam entre si e aÃ, a gente vem com o principal conceito, é a qualidade das variações e diferenças. Qualidade, ou seja, é algo bom, é algo muito positivo. Então, a gente entende que as pessoas diferentes podem ser muito melhores quando estão juntas; já que se a gente tem grupo muito homogêneo, as pessoas vão ter pensamentos muito iguais, muito coincidentes e a gente não tem inovação, não tem criatividade, não tem uma solução otimizada para algum problema. Temos algumas dimensões importantes da diversidade. Como a gente pode enxergar esse fenômeno? Temos ali o primeiro nÃvel, as dimensões primárias. Então, a gente fala que são aspectos da diversidade que são ali muito fortes para as pessoas. São aquela primeira camada que quando a gente conhece uma pessoa, já conseguimos ter uma boa noção de quem ela é. Muitas dessas caracterÃsticas são aparentes e outra caracterÃstica dessas dimensões primárias é que elas não costumam variar ao longo da vida. O que seriam? É o gênero, é a orientação sexual, identidade de gênero, idade. A gente nasce dia, não tem como escolher, a gente vai sempre ser mais velho e se somos mais velhos que outra pessoa, sempre seremos mais velhos do que essa outra pessoa. Raça e etnia, questão da deficiência, também. Muitas vezes, a gente entende que a deficiência costuma ser mais permanente do que temporária. E essas caracterÃsticas, muitas vezes, são visÃveis. No segundo nÃvel temos a dimensão secundária e aà a gente já tem outras caracterÃsticas que são pouquinho mais difÃceis de serem identificadas outras pessoas. Temos aqui a questão da classe social; a origem; o status parental, ou seja, se aquela pessoa é mãe ou é pai; questões de religião, de fé; a nacionalidade do indivÃduo; condições psicológicas diversas; e até o estado de saúde da pessoa. Temos, também, dimensões mais profundas. Essas dimensões mais profundas são ainda mais difÃceis de serem detectadas ou até percebidas pelas pessoas. Muitas vezes, teremos esse tipo de informação à medida que nós interagimos com essas pessoas, quando a gente conversa, quando a gente conhece de uma forma mais profunda. Então, temos aà sotaque; opção polÃtica; opinião, opinião pessoal sobre qualquer assunto; são os hobbies diversos que as pessoas têm; a questão da personalidade, então se uma pessoa é mais introvertida, mais extrovertida. E isso a gente também vai percebendo entre vários outros perfis possÃveis. A questão da aparência, a forma que ela se veste, a forma que ela se comporta; são os valores; são, também, uma questão de região geográfica ou de onde ela vem; experiências de vida, podem ser diversas; condição judicial; educação; qualificação; escolaridade; e até mesmo uma questão de gosto e estética. Eu posso preferir tipo de design, outra pessoa prefere outro e isso é tipo de diversidade. Por isso mesmo que eu comentei. A idéia é que a gente tenha pessoas sempre diversas para que elas se dialoguem, para que elas tenham sempre soluções melhores do que se elas estivessem sozinhas, ou se elas estivessem grupos mais homogêneos. E existem inúmeros fatores que a gente pode combinar. Porque se formos pensar todas essas variáveis de forma combinada, são infinitas possibilidades. E aà a gente conclui que ninguém é igual a ninguém. É importante, por isso, respeitar outras pessoas, principalmente, pelas diferenças. São pelas diferenças que nós conseguimos ver diversos outros pontos fortes, diversas outras vantagens competitivas, tanto nas pessoas quanto nas organizações. Mas o que acontece nas empresas é que, muitas vezes, os gestores, os RH´s, as próprias pessoas no dia a dia, buscam mais as afinidades, buscam mais ter proximidade com aquilo que é parecido com ela mesma, do que, exatamente, buscar algo diferente. Mas é com a diferença que nós temos mais riqueza nas trocas com esse modelo mental distinto com o qual a gente pode dialogar. Inclusive, isso aqui gera uma outra discussão sobre o que se tem dito sobre 'fit cultural' por parte das empresas. As empresas falam muito dessa importância de ter pessoas muito bem próximas e relacionadas com esses valores da empresa. Mas, no fim, talvez não sejam esses valores da empresa que estão sendo verificados no processo seletivo, por exemplo. Estão olhando ali se aquela pessoa é parecida com as outras que já estão lá. E se a gente vem recrutando e selecionando pessoas mais similares, a gente não consegue gerar diversidade. Então, esse é ponto que, realmente, é difÃcil a gente ter hoje uma conclusão, mas o 'fit cultural' não está combinando com a questão da gestão da diversidade que estamos discutindo tanto. Então, o que nós temos sobre diversidade nas organizações é, justamente, esse ponto que ainda vemos processo de amadurecimento por parte das empresas e ainda é necessário muita mudança. [MÚSICA]