[MÚSICA] [MÚSICA] Ela significa que a primeira tarefa que temos é identificar o choque que afetou a economia. O que significa isso, identificar o choque parece uma coisa tão abstrata, e tão complexa? Não, simplesmente identificar qual foi o principal efeito, a principal variação que trouxe para a nossa economia análise uma necessidade de resposta dos agentes relação as suas decisões dentro da estrutura macroeconômica. Vamos pensar mais claramente. Uma quebra de safra, de produto agrícola importante, representa choque? Sim. Por quê que representa choque? Porque é evento inesperado. É evento que nós não poderíamos antecipar a partir do funcionamento proposto pela estrutura lógica, que nós utilizamos para entender o mundo. Dentro dessa estrutura lógica, uma quebra de safra, por motivos climáticos, por exemplo, é choque, choque que vai afetar a economia pelo lado da oferta agregada. Como assim? Se a economia é uma importante produtora de produtos agrícolas, ela é uma exportadora de commodities agrícolas e ela produz boa parte da produção agrícola que é consumida dentro do seu próprio país, uma quebra de safra, esse evento inesperado, ele vai produzir uma redução na oferta de bens e serviços na economia. Essa redução, ela vai provocar uma série de mudanças nas decisões dos agentes que vai levar o produto da economia, a inflação, a taxa de juros, a taxa de câmbio, para determinado patamar, para outros valores diferentes daqueles que prevaleciam no momento que o choque aconteceu. Então, fazendo uma análise macroeconômica é identificar que choque está sendo analisado. Qual é a porta de entrada desse choque, ou seja, por onde esse choque afeta a economia primeiro lugar. A partir desse ponto de entrada, desenvolver todo o raciocínio lógico que o modelo utilização propicia. Ao desenvolver todo o raciocínio lógico, nós estaremos entendendo o que esperar, ou estaremos buscando respostas para o que esperar que aconteça com o produto, com o emprego, com a taxa de juros, com a taxa de câmbio, com o consumo, com o investimento, ou seja, com todas as variáveis endógenas desse modelo a partir da ocorrência desse choque, certo? Então, o processo de ajuste nas decisões dos agentes vai se revelar concretamente com mudança nos patamares dessas variáveis que vão nos levar a outro nível de produto, a outro nível de emprego, a outro nível de inflação, a outro nível de desemprego, e isto é fazer a análise macroeconômica. Então, é muito importante conseguir separar as fontes principais de choque sobre a macro- economia. Nós temos choques que afetam a macroeconomia pelo lado da oferta agreagada, temos choques que afetam a macroeconomia pelo lado da demanda agreagada, temos choques que afetam a macroeconomia por ambos os lados. As expectativas, choque de expectativas tem esse efeito que pode ser entendido tanto pela decisão de consumo e investimento, como a gente já falou anteriormente, quanto pela decisão de barganhar salários dos trabalhadores no mercado de trabalho, portanto é uma possibilidade de choque que tem efeito simultâneo entre oferta e demanda agregada, o que torna a análise bastante complexa. Então, geral, nós, ainda que reconheçamos que o efeito possa ser simultâneo, tanto oferta quanto demanda agregada, nós escolhemos aquele canal por meio do qual o efeito parece ser mais forte, e no caso das expectativas de inflação, principalmente nós temos essas expectativas expressas explicitamente na decisão de ofertar trabalho dos trabalhadores. Então é uma decisão que vai afetar custo importante da economia, que são os salários nominais e, portanto, é este mecanismo que a gente vai assumir como sendo o mecanismo mais forte, o mecanismo que causa o impacto de primeira ordem, sobre a estrutura da análise macroeconômica. Então, tomar essas decisões requer que a gente tenha compreendido razoavelmente a estrutura lógica. Nós podemos pensar que o governo possa produzir choques na economia. O governo quando gasta mais que os agentes esperavam, ele está produzindo choque de política fiscal expansionista. Ou governo quando muda a taxa de juros, numa proporção maior ou menor do que aquilo que era esperado pelos agentes, ele também está produzindo choque de política monetária e estes choques terão efeitos a partir das respostas dos agentes e da mudança do seu comportamento, das suas decisões que vai levar toda estrutura macro para lado ou para outro. Modernamente, a gente até evita fazer análises que respondam a choques provocados pelo governo, porque tudo que eu venho dito até aqui é que não se espera que o governo produza flutuação na economia, mas que o governo, por meio da política monetária e da política fiscal, reaja às flutuaões da macroeconomia, propiciando, o quê? Menos flutuação, e nunca mais. Então, quando governo toma decisões discricionárias, ou seja, produz choques, causa surpresas, que aumentam a flutuação da economia, nós podemos concluir que esse governo não está fazendo o papel que era esperado que ele fizesse, dentro da nossa compreensão do seu papel na corrente principal. Então, a perspectiva da corrente principal, como a gente falou lá no nosso primeiro módulo, é sempre a de que o governo atue no sentido de minimizar as flutuações da macroeconomia. Então, se nós tivermos choque de oferta ou choque de demanda, o papel do governo e dos seus agentes é identificar, pensar sobre esse choque, pensar sobre o efeito desse choque sobre a economia e agir de forma a minimizar esses efeitos. É exatamente isto, ou este tipo de análise que faremos daqui para a frente. Então, tomaremos determinado choque, analisaremos como a economia responde a este choque e o que esperar que o governo faça para minimizar a flutuação da macroeconomia função da ocorrência deste choque. Os choques então podem ser diversos, se nós pensarmos que a economia doméstica tem conexões com o resto do mundo, uma crise no mercado financeiro internacional pode ser uma fonte de choque original muito importante e que vá ter impacto extremamente relevante na estrutura da minha macroeconomia análise, na macroeconomia da economia doméstica como chamamos. Então, uma crise num mercado financeiro internacional pode ser uma crise ou considerado choque de demanda bastante relevante. Uma crise num país emergente, então veja, não é uma crise no mercado financeiro internacional, uma crise localizada num mercado parecido, num mercado de uma economia parecida com a economia brasileira, uma economia emergente, problema na Rússia, por exemplo, problema na Índia ou o crescimento da China menos acelerado, todos esses fatores são exógenos à economia doméstica, portanto eles são fontes de choques que afetam a economia doméstica. Há uma gama enorme de possibilidades de choques que afetam a macroeconomia. Sempre, na medida do possível, eu vou tentar exemplificar que choque de demanda poderia ser aquele que nós estaremos utilizando como exemplo. Mas é importante vocês começarem a fazer este exercício de pensar, dada a estrutura lógica do modelo representada apenas pelas suas conexões lógicas, sem precisar levar conta a estrutura matemática, formal, nada disso da maneira como nós estamos apresentando aqui, apenas a partir das conexões lógicas, que ponto dessas conexões lógicas determinado choque entraria? E como, a partir daquele ponto, ele se transfere para a economia como todo? Dar essas duas respostas difíceis, mas possíveis, é fazer uma análise macroeconômica. [MÚSICA] [MÚSICA]