[MÚSICA] Agora que já sabemos o significado da representação gráfica da demanda agregada no plano inflação e produto, podemos nos perguntar como essa curva muda de posição. Quais são os fatores que deslocam a curva de demanda agregada, ou seja, produzem maior demanda agregada ou menor demanda agregada com o mesmo nível de inflação? Vejam que agora voltamos para o contexto de taxa de inflação fixa. E vamos nos perguntar que fatores podem afetar a posição dessa curva no gráfico, portanto, a combinação entre uma dada inflação e o seu respectivo nível de atividade econômica, o seu respectivo produto, o PIB, a renda da economia. Esses fatores são sempre todos aqueles fatores que nós consideramos exógenos. Fatores que não são determinados pelo funcionamento da economia doméstica, que são determinados fora dela. Então se nós começarmos a elencar esses fatores, nós vamos partindo do mercado de bens e serviços, nós vamos observar que as expectativas dos empresários relação à rentabilidade futura dos projetos de investimento, obviamente essa expectativa tem a ver com contexto macro mas, enquanto esse contexto ainda não está completo sem a oferta agregada, que é o nosso caso agora, nós podemos tratá-lo como exógeno. Por motivo de otimismo, por exemplo, os agentes podem ter perspectivas de que o futuro vai ser melhor ou, por exemplo, que uma crise política que assola uma determinada economia daqui a dois, três anos pode não estar mais fazendo seus efeitos sobre a economia e portanto são perspectivas de cenários mais otimistas. Qual o impacto disso sobre a demanda agregada? O impacto é que as projeções de fluxo de caixa dos projetos de investimento serão mais otimistas e produzirão retornos esperados nesses projetos maiores, para o mesmo nível de taxa de juros, para tudo mais constante, ok?! Nada mudou, a única coisa que mudou aqui foram as expectativas dos empresários ou poderíamos também pensar termos de expectativas dos consumidores, mas nós vamos nos centrar neste exemplo que já estamos encaminhando. Quando as expectativas dos empresários se elevam relação a se tornarem mais otimistas, isso significa então que o investimento produtivo vai crescer porque a sua análise do investimento vai produzir retornos esperados maiores comparados com os custos de oportunidades que estão constantes, os projetos vão se tornar viáveis e o montante investido na economia aumenta. Quando o investimento produtivo aumenta, nós vamos ter o quê? Excesso de demanda por bens de capital na economia, os estoques começam a cair, as empresas que produzem bens de capital começam a produzir mais bens e serviços de capital, a renda sobe, quando a renda sobe, dados impostos, a renda disponível sobe, quando a renda disponível sobe já sabemos o que acontece, o consumo das famílias também se eleva. Quando o consumo se eleva, via proteção marginal a consumir, constante, o consumo se eleva e produz aí segundo round de elevação do dispêndio doméstico e, assim sucessivamente, que é o efeito multiplicador Keynesiano que já conhecemos bem. Então, essa mudança no cenário pra cenário mais mais otimista por parte das expectativas dos empresários vai produzir uma elevação do dispêndio doméstico e uma elevação na renda para o mesmo nível de taxa de juros. É por isso que, uma situação como essa vai ser representada graficamente com uma curva de demanda agregada mais à direita e acima relação à anterior, ou seja, deslocamento da curva de demanda agregada. Então, essa é a famosa curva pulando, que nós precisamos sempre lembrar de explicar como o efeito inicial afeta as decisões dos agentes para produzir outro resultado diferente do anterior e portanto uma curva numa posição diferente, ok?! Vamos atentar bastante, eu vou chamar muito atenção de vocês para a necessidade de sempre conservar na sua análise a estrutura lógica e nunca substituí-la pelo deslocamento de curvas nos gráficos, porque, isso acaba viciando seu pensamento, sua forma de compreensão e você acaba deixando de lado o que é importante que são os fundamentos da lógica de decisão econômica. Outro possível exemplo para o deslocamento da demanda agregada e que é muito importante e muito útil na nossa compreensão da macro economia são os efeitos de política fiscal. Vocês se lembram bem que gastos do governo e tributação são duas variáveis de escolha do governo para a realização de sua política fiscal, discutimos isso também no contexto dos mercados bens e serviços. Porém, adotamos aqui como uma simplificação a possibilidade de que o tesouro nacional, que é o braço fiscal do governo, pudesse operar os dois instrumentos, gastos e tributos de tal forma a causar impacto expansionista ou restritivo sobre a economia. Então, também é possível fazer política fiscal e a política fiscal pode produzir então também impacto expansionista ou restritivo sobre a economia. Nós vamos observar como é que se dá esse processo. Só pelo lado da demanda agregada, lembrando que esta não é uma resposta final, porque estamos apenas entendendo a estrutura a partir da demanda agregada e não podemos explicar o comportamento simultâneo de inflação e produto. Logo, continuamos no contexto que a taxa de inflação vai ficar constante e a economia, ou a macroeconomia vai responder apenas termos de mudança do produto a esse choque exógeno que vai ser agora exemplificado com uma política fiscal. [MÚSICA] [MÚSICA]