[MÚSICA] [MÚSICA] Vamos partir, então, de uma política fiscal expansionista. O que seria, então, política fiscal expansionista? Uma elevação do gasto do governo, uma elevação do gasto público ou uma diminuição dos tributos. Vamos pensar termos de elevação de gastos, inicialmente. A elevação de gastos, ou seja, o gasto do governo já é componente direto do dispêndio doméstico. Então, quando o governo eleva os seus gastos, significa que ele está comprando mais bens e serviços, por exemplo, como os serviços dos funcionários públicos, ou seja, ele está contratatando mais funcionários públicos e, portanto, ele está gastando mais pressionando o mercado de bens e serviços na economia de tal forma que os estoques das empresas caem, as empresas começam a produzir mais bens e serviços, o produto sobe, a renda sobe e este é o primeiro round, a primeira etapa do efeito da política fiscal expansionista. Seguida, nós vamos ter a resposta do consumo das famílias, já que o consumo das famílias responde ao comportamento da renda. Quando a renda, dados os impostos, ou seja, mantidos os impostos constantes, a renda sobe, a renda disponível sobe, o consumo das famílias sobe para uma dada propensão marginal a consumir. Neste momento, de novo os bens e serviços da economia vão ter seus mercados pressionados, as empresas vão produzir mais bens e serviços, o produto sobe, a renda sobe novamente, quando a renda sobe, o consumo responde mais pouquinho, subindo mais pouquinho e este processo ao longo do tempo, este efeito sequencial na relação consumo-renda é o que nós sistematizamos no chamado multiplicador keynesiano e, portanto, se houve aumento no gasto, por exemplo, de 1000 unidades monetárias, o efeito sobre a renda no final é efeito maior do que 1000 unidades monetárias, ou seja, efeito multiplicado pelo processo de impacto da renda sobre o consumo. Então, nós temos aí efeito que para uma dada taxa de inflação, agora a economia está com nível de atividade maior, com produto, uma renda maior. Portanto, nós vamos representar a política fiscal expansionista com deslocamento para a direita na curva de demanda agregada. Esse mesmo impacto poderia ser pensado pelo lado dos tributos e aí nós precisaríamos partir de uma redução nos tributos. A redução nos tributos tem impacto sobre a renda disponível das famílias. Quando os tributos caem, sobra mais renda para as famílias e o consumo aumenta. Quando o consumo aumenta, efeito multiplicador, o dispêndio doméstico aumenta, o produto aumenta, a renda aumenta, e nós vamos ter também impacto combinação com o mesmo nível de taxa de inflação com o nível de atividade maior. Se nós pensarmos que impacto expansionista da política fiscal produziu uma elevação no nível de renda da economia doméstica, neste processo de elevação da renda doméstica, também pode ter sido acompanhado não só pela elevação do consumo das famílias, mas também pela elevação das importações. Se houve impacto sobre as importações, nós vamos observar o quê? Uma demanda maior por dólares no mercado cambial para fazer fácil os pagamentos dos produtos importados. Excesso de demanda o mercado de câmbio vai produzir uma elevação na taxa de câmbio e, portanto, uma depreciação da moeda doméstica. Este efeito também pode ser reverberado relação à decisão de alocação de portfólio. Se nós temos hoje uma taxa de câmbio maior, nós temos também efeito de diminuir a expectativa de depreciação do câmbio, o que, de certa forma, também reforça o efeito de demanda por dolares relação à realocação de portfólios. Então, nós teríamos aí uma combinação tanto pelo lado da renda, quanto pelo da realocação de portfólio. Pensando no efeito das importações sobre o câmbio e no efeito do câmbio sobre a alocação de portfólio, nós teríamos impacto de produzir uma pressão de elevação na taxa de câmbio, ou seja, de depreciação da taxa nominal de câmbio. Então, nós teríamos esses dois resultados que poderiam acontecer. No caso do câmbio, ambos impactos levando a taxa de câmbio para o mesmo lugar que seria uma elevação, portanto uma depreciação na taxa de câmbio. Então, nós poderíamos esperar esta conexão entre a política fiscal expansionista e uma depreciação na taxa de câmbio, levando para mesmo nível de taxa de inflação e a economia para nível de renda maior. Porém, não tão grande quanto se nós não tivéssemos considerado os impactos sobre as exportações líquidas. Ao final, o impacto continua sendo expansionista, mas há vazamento pelo canal externo, pelo canal do setor externo e da relação do país doméstico com o resto do mundo. Mas, de qualquer forma, o resultado final é expresso por deslocamento da curva de demanda agregada no nosso gráfico que vai expressar a macroeconomia como todo na sequência das próximas aulas. [MÚSICA] [MÚSICA]