[MÚSICA] Seja bem-vindo de volta ao nosso curso. Nos outros módulos, a gente definiu pouco o que é criatividade, o que é o pensamento criativo, onde está o pensamento criativo no cérebro e o que é que a gente precisa fazer, que tipos de exercÃcios a gente precisa fazer para se manter criativo e para usar o nosso pensamento criativo. Então, como você lembra, eu falei muito de repertório, ou seja, a gente precisa ter conhecimento, a gente precisa ter históricos gravados no nosso cérebro para que a gente possa utilizá-los ele de uma outra forma, utilizar esses conhecimentos de uma outra forma, para que eles sejam criativos. Você lembra que a definição de criatividade é usar conhecimentos que a gente já têm, o repertório que a gente tem de uma outra forma que seja relevante e aplicável. Então, como é que a gente guarda essas informações? Como é que funciona essas informações, esse conhecimento que fica no cérebro? Então, introduzindo pouco, como é que funciona a nossa memória? De uma forma muito, mas muito resumida, você tem uma tabela no seu slide, mas nós temos três tipos de memórias. A primeira é a sensorial, ou seja, tudo que a gente viveu, tudo que a gente sente, ele fica guardado no nosso cérebro de alguma forma. A segunda é a forma operacional, é como é que a gente, a gente cria uma memória pra como a gente reage à s coisas, como é que as coisas que nos afetam e a gente reage a elas. E a terceira forma de memória são as memórias de longo prazo, ou seja, coisas que ficam no nosso cérebro guardadas por muito tempo e que a gente pode usar para processo criativo ou mesmo as memórias de curto prazo, sei lá, números que a gente decorou, coisas que a gente lembra e que não precisam ficar guardadas no nosso cérebro por muito tempo. E como é que o cérebro consegue guardar todas essas informações? Por que é que ele tem que descartar algumas informações também? Porque o cérebro, ele é limitado, ele tem tamanho aqui na nossa cabeça e não cabe mais do que certo número de informações. Então, o que é que o cérebro faz? Para guardar muita, mas muita informação, ele funciona como se fosse... é como se ele criptografasse essas informações, ele transforma de uma outra forma que possa ser guardado nessa caixinha tão pequena. Mas ele não é infinito, né? Essas informações todas, a gente precisa se desfazer de algumas informações para poder ter informações novas. Então, por isso que existe uma série de memórias que são de curto prazo, que elas ficam lá enquanto a gente está fazendo cálculo, enquanto a gente está precisando usar e depois a gente descarta. Essa é uma forma da gente entender como as memórias, como as informações são gravadas na nossa memória. Uma outra forma de entender e que a gente possa trabalhar é a gente entender essas informações, elas são guardadas camadas. Não é assim que elas são guardadas no nosso cérebro, mas a organização funciona dessa forma. Então, o primeiro nÃvel de memória, de informações que a gente guarda, é o que é chamado de camada arquetÃpica. Ela veio de Jung e ela é como se a gente considerasse a nossa memória genética, ou seja, é tudo o que a gente, como ser humano, a nossa famÃlia, as experiências dos nossos antepassados, ou as experiências de quando a gente era muito pequeno e a gente não entendia, e elas estão guardadas no nosso código genético. Essa é a camada arquetÃpica. Vou dar exemplo. Existe informações que vêm, vou dar exemplo de famÃlias que sofreram muito, pais, mães, sei lá, que vieram de guerras, vieram de holocaustos, e aà essa informação, ela fica no código genético e a gente age sem saber, mas essa informação está lá. Jeito, uma informação arquetÃpica, por exemplo, e eu vou dar exemplo bem rapidinho, você que está me assistindo, cruza os braços, faz assim. A forma como você cruza o braço e não se sabe porquê, é uma memória genética. Agora tenta cruzar os braços do outro lado. O braço que estava cima, embaixo, e o braço que estava embaixo vir cima. Não fica estranho? Não se sabe a razão, mas a gente não aprende isso, essa é uma informação arquetÃpica, vem dos nossos antepassados e a gente aprendeu a cruzar os braços desse jeito. Se você cruzar ao contrário, fica estranho, não faz parte da tua informação. Essa é a primeira camada, a camada mais profunda. A segunda camada, e você pode olhar isso no seu slide, é a net interior, que é o que eu falei agora há pouco. São todas as memórias sensoriais, é tudo o que você viveu, todas as experiências de vida. Você viu alguém, você sentiu alguma dor, você assistiu uma televisão, é quando essas antenas estão ligadas, todo esse trabalho que você fez de observação nas aulas anteriores, tudo isso é guardado dentro da sua net interior. E ela fica guardada gavetas e com monte de informações ali, jeito todo bagunçado, e que a gente não tem acesso aÃ. Elas estão lá e o nosso cérebro, quando precisa, ele acessa. Então não tem como a gente trabalhar essa net interior. As informações estão guardadas, mas a gente não tem acesso a elas conscientemente. E a terceira camada é o que é chamado de mapa de hábitos, ou seja, o que é que é isso? São todas as informações que você aprendeu com o seu passado, com o que você viveu. O que é que é isso? É basicamente, é como você lida, são os seus hábitos de como você lida com as informações que estão dentro da net interior e da camada arquetÃpica. Então, basicamente, é como a gente acessa as informações que a gente tem. Isso, a gente pode trabalhar e a gente pode mudar como hábito. Então, é hábito, é como a gente acessa as informações e como é que a gente lida. Depende da sua cultura, você lida com as informações de formas diferentes e é isso que a gente pode trabalhar num processo criativo. O Kahneman, quando a gente falou, na outra aula, dos pensamentos rápidos e dos pensamentos devagar, o sistema e dois, eles estão dentro das três camadas que a gente acabou de discutir. Essas três camadas, elas usam pensamentos rápidos e usam pensamentos devagar, eles estão dentro dessas camadas também. Só que, na verdade, e eu queria apresentar pra você, as informações não são guardadas, na prática mesmo, dessa forma no cérebro. Isso é uma forma para a gente entender como essas informações são guardadas, porque, na neurociência, novas tecnologias, elas aprimoram como o cérebro funciona e como a gente entende o cérebro. Então experimentos mostram exatamente como funcionam os pensamentos e onde esse repertório está guardado. Então, vez de eu ficar falando agora, eu gostaria que você assistisse esse vÃdeo aà que mostra onde a gente guarda as informações e como o cérebro acessa essas informações. Tem o link aÃ, ele é muito interessante e vai mostrando que as informações parecidas e que, associadas, elas são guardadas diversas partes do cérebro. Dá uma olhada e vai fazer você pensar pouco aÃ. [MÚSICA]