[MÚSICA] Movido pela gravidade, eletromagnetismo e as forças nucleares o nosso universo partiu de sua composição química inicial e evoluiu com o tempo. As galáxias se formaram e as estrelas nasceram, propiciando uma química complexa. No processo de formação das estrelas, disco de gás e poeira daria também origem a planetas. Repleto de minerais e moléculas, inclusive orgânicas, esse disco protoplanetário sofreu ação da gravidade enquanto girava, colapsando nas regiões onde a densidade era pouquinho maior. Além disso, a radiação da estrela central forneceu a energia para dar continuidade ao processo de evolução química, quebrando e formando novas moléculas. Agora condições bem diferentes da síntese que aconteceu antes no meio interestelar. Alguns desses pontos de acúmulo de matéria do disco irão crescer cada vez mais, cada vez com maior massa. Com o tempo, ao redor das estrelas irão se formar rochas que crescerão até virar asteroides, planetoides e planetas processo que pode demorar dezenas ou centenas de milhões de anos. Nosso sistema solar podemos observar o resultado desse processo nas regiões mais próximas do Sol onde estão os planetas rochosos que, devido à radiação estelar, perderam grande parte de seus gases, sendo basicamente feitos de material sólido e refratário. Além do cinturão de asteroides que acumula os restos do processo de formação dos planetas, encontramos planetas que formaram acumulando muito gás, crescendo e se tornando gigantes gasosos, como Júpiter e Saturno. Mais longe ainda, regiões muito frias, os planetas são gelados, como Urano e Netuno. Planetas rochosos são mais propensos a abrigar a vida como conhecemos, pois eles podem ter uma superfície sólida, água líquida e uma atmosfera, além de receberem grande quantidade de energia luminosa e calor do Sol. No entanto, no entorno de Júpiter e Saturno há também grandes luas rochosas mantidas aquecidas pela proximidade com os planetas gigantes. Hoje sabemos que elas têm oceanos de água líquida e, quem sabe, até alguma forma de vida. Mas a formação do sistema solar não foi estática. Alguns planetas migraram mais para perto do Sol, outros se afastaram e colisões entre eles aconteceram de vez quando. Os asteroides e cometas se chocaram, e ainda se chocam com a Terra, trazem uma grande quantidade de material que aqui não existia, por exemplo, uma parte significativa da água de nossos oceanos, do gás de nossa atmosfera e mesmo das moléculas orgânicas de que somos feitos, provavelmente chegou por esses impactos. No começo de nosso planeta eles devem ter fornecido a matéria-prima para os processo de química prebiótica e talvez até para a origem da vida. Nós somos mesmo feitos de poeira de estrelas enriquecida com a química dos cometas e asteroides. Além disso, impactos são capazes de arrancar pedaços de diferentes planetas e arremessá-los ao espaço, espalhando o seu material, e se estiverem presentes, até mesmo alguns microorganismos poderiam sobreviver a essa viagem chegando a outros planetas e talvez espalhando assim a vida para todo o sistema solar. Alguns meteoritos de Marte encontrados aqui na Terra, como o famoso meteorito de Allan Hills, até hoje são debatidos se têm ou não indícios de vida daquele planeta que chegaram aqui viajando nessas rochas espaciais. [MÚSICA] [MÚSICA] [SEM_ÁUDIO]