Salve, chegou a hora de falar sobre força de interação! Eu quero apresentar para você uma medida de centralidade baseada dados ponderados Isso porque na outra aula sobre grau, a gente falou muito de dados binários, de presença ou ausença de interação. Chegou a hora de colocar o peso de volta nessa história, por exemplo, como a gente vê nesse grafo aqui, que representa aquela rede de interações entre folhas de óleo e abelhas de óleo Note que algumas dessas arestas são mais grossas do que as outras, isso representa a diferença na força de interação. A gente começa a calcular isso a partir daquelas matrizes de adjacência, que tem todas as plantas e todos os animais, nas linhas e nas colunas. Você lembra daquela aula sobre dependência assimetria? Que a gente pode calcular por exemplo: a dependência de uma planta relação ao animal, depois a do animal relação a planta, ver qual o valor máximo que a gente achou naquela rede, e depois com isso calcular valor de assimetria. Olha só, a idéia de dependência de assimetria já mostra pra gente que as espécies diferem entre si sua força de interação. Por exemplo, se eu representar esse sistema como grafo, bem simples, só com três animais de lado e três plantas do outro, eu posso calcular a força de animal do meu interesse como somatório das dependências das plantas relação aquele animal. Voltando pra matriz de adjacência, eu posso focar no morcego 5, por exemplo. Aqui destacado eu tenho as dependências de todas as plantas relação a ele, se eu faço o somatório disso, eu tenho a força de interação daquele morcego na rede. Essa é uma maneira de calcular a força, mas existem várias outras também. Tem gente que calcula força simplesmente como somatório dos graus ponderados brutos, sem fazer dependência. Aí depende do contexto do seu trabalho, o que você ta querendo responder com essa análise. Bom, isso leva a gente pra uma questão muito importante, a diferença entre efeito total e força de interação, olha só! O que essa idéia propõe pra gente? Vamos pensar de novo nesse grafo simplificado só com 6 espécies: 3 animais e 3 plantas. O efeito total de uma espécie sobre as outras naquela rede, aí pensando, então que é uma rede bipartida, com 2 classes diversas, grupo de espécie de lado e grupo do outro, por exemplo animais e plantas. Pra gente calcular o efeito total de uma espécie a gente precisa saber o efeito daquela espécie por interação, e a força de interação da espécie. Bom, vamos considerar a primeira força, se a gente bota informação sobre os pesos dessas arestas, beleza. Aí, a gente já sabe qual espécie tem mais força do que a outra. Só que aqui a gente também tem que considerar o efeito qualitativo por interação, ou seja, se isso aqui for uma rede de polinização será que as visitas daquela espécie, daquela planta, daquele animal são visitas que levam a polinização ou são por exemplo pilhagem de néctar, pilhagem de pólen? A gente ta levando conta a qualidade, então a gente agora fez gráfico sinalizado. Que além de ter peso nas arestas, esse grafo tem sinal nas arestas, ou seja, se a interação é positiva ou negativa. Se ela beneficiou a planta ou não. E olha que interessante, a gente nota aqui que nem sempre as interações mais frequentes tem o maior efeito por interação. Tem espécies que visitam muito as espécies do outro lado da rede, só que cada visita nem sempre é uma visita boa, as vezes é uma visita prejudicial. Ou as vezes é uma visita neutra que não resulta nem ganho, nem perda. Mas por outro lado há especies como a 3 por exemplo, o animal 3, que fazem número pequeno de visitas. Mas por outro lado essa espécie 3, aqui do exemplo, tem efeito por interação muito alto, ou seja, pode ser polinizador muito eficiente, ou dispersor de sementes muito eficiente. Vamos pensar exemplos concretos, por exemplo a abelha europeia, Apis mellifera. Ela interage com monte de plantas, com uma frequência muito alta, mas nem sempre ela é a espécie mais eficiente, na verdade geralmente ela não é a mais eficiente, porque ela é uma espécie invasora. Então aqui no contexto das nossas plantas, no Brasil, ou na América do Sul, os ela não é uma espécie, uma polinizadora, tão eficiente assim. Já por outro lado, numa rede de polinização com vários sistemas misturados, se a gente considerar as abelhas Centridini, abelhas coletoras de óleo, muitas vezes, num contexto de uma rede completa, elas vão ter uma baixa força de interação mas uma altissima eficiência. Elas só visitam praticamente folhas de óleo, mas quando elas visitam o serviço é muito bem feito, e a visita resulta quase sempre polinização. Quais são as mensagens principais, qual é a moral da história? Lembre-se: a força de uma espécie pode ser calculada de várias maneiras. Como somatório das dependências, ou somatório dos graus ponderados, aí vai a gosto do freguês dependendo do caso. Força e grau nem sempre correlacionam, é uma coisa importante de perceber, uma coisa é uma aresta binária, outra coisa é uma aresta ponderada. Então nem sempre as espécies que têm o maior número de arestas, ou seja, o maior grau, vão ter a maior força. Depende da estrutura da rede, mas isso a gente vai ver depois também. O efeito total de uma espécie sobre a outra depende da quantidade e da qualidade das interações que ela faz. E isso aqui no contexto de redes de interações como polinização, dispersão de sementes, e várias outras. Então se a gente quer entender o efeito de uma espécie sobre a outra, a gente precisa entender o quanto elas interagem, e qual é a qualidade dessas interações.