Olá pessoal, nessa aula de número 16 e na próxima nós vamos conversar sobre vibrato. O vibrato é aquela oscilação dos dedos que eu mecho o pulso ou o braço para produzir som mais quente, som mais intenso. E o vibrato, então, é o principal recurso expressivo que nós temos na mão esquerda. Então, ele serve tanto como recurso expressivo, como para amplificar o som do instrumento. Então, demonstrando aqui, rapidamente, uma nota sem vibrato tem uma certa intensidade. Se eu vibro, isso sem mecher com o arco, sem mecher com pressão, com velocidade de arco, o simples fato de eu vibrar faz com que o som fique maior. Existem dois tipos principais de vibrato de acordo com a movimentação, de onde que ela parte. Então, existe o vibrato dito de pulso, que eu tenho a movimentação a partir aqui da articulação do pulso e existe o vibrato de braço, que, na verdade, o vibrato que vem do antebraço, essa movimentação do antebraço. Então, esses são os dois tipos principais de vibrato e, normalmente, as pessoas praticam os dois e acabam optando por deles, por sentirem mais confortáveis com ou com outro. De qualquer maneira, o importante é que eu tenha vibrato confiável, ou seja, regular, que eu tenha controle da amplitude desse vibrato, e que eu tenha vários tipos de vibrato, na verdade, para usar de acordo com o momento da peça ou com o tipo do repertório. O principal desafio, quando a gente vai fazer o vibrato, é que a gente precisa ter pressão suficiente do dedo sobre a corda, de maneira que ela encoste no espelho sem que eu trave essas duas articulações do dedo. Então, eu tenho que manter essas duas articulações flexíveis para poder ter o movimento do vibrato. O normal, a dificuldade inicial, geral, tem haver com eu apertar demais e, com isso, travar essa movimentação do dedo. Então, eu preciso conseguir pressão suficiente para pressionar a corda e relaxamento suficiente para manter as articulações flexíveis. O vibrato muda de acordo com a região que eu toco. Então, normalmente, quando eu toco no grave, eu tenho vibrato pouco mais lento e pouco mais amplo. [SOM] Já no agudo, essa mesma nota duas oitavas acima, ela vai ter vibrato pouco mais estreito e rápido. [SOM] Então, se eu fizer aqui na região aguda vibrato com a mesma amplitude do grave, eu vou distorcer muito a frequência principal... [SOM] fica estranho. Da mesma maneira, vibrato muito estreito aqui no grave, fica muito tímido, fica até meio engraçadinho... [SOM] Então, certos momentos, eu até posso querer esse tipo de vibrato, mas o normal é a gente variar o vibrato de acordo com a região. Então, como princípio geral, no grave pouco mais amplo e lento e no agudo mais estreito e rápido. Da mesma maneira, de acordo com o estilo da peça que eu estou tocando, o vibrato varia também. Então, de novo, como regra geral, no período barroco, a gente usa menos vibrato e vibrato pouco mais tranquilo e não tão contínuo. [SOM] A mesma... essas mesmas duas notas numa passagem do período romântico, normalmente teriam uma intensidade maior e mais continuidade. [SOM] Então, isso tem haver com a característica do estilo, né? Novamente, são regras gerais. A gente, de acordo com a peça ou com a intenção, a ideia musical que eu tiver, eu posso fazer coisas diferente. Então, eu tô falando tudo isso só para mostrar o que? É preciso que a gente consiga vários tipos de vibrato confiáveis para poder usar a maneira mais adequada para cada momento, de acordo com a ideia, com o pensamento musical que eu quero transmitir. Bom vibrato é aquele que eu consigo controlar e que não existe alterações involuntárias, que eu não controlo, de velocidade. Então, se eu tô vibrando e de repente o vibrato fica esquisito, fica muito rápido ou trava, isso não seria bom vibrato, a não ser que eu queira fazer isso. Então, eu preciso controlar a amplitude e a regularidade do vibrato. O processo de incorporação do vibrato leva algum tempo. A gente precisa de bastante persistência. Não é alguma coisa que você aprenda a fazer uma semana ou duas semanas. É uma coisa que a gente vai trabalhando ao longo de meses e nessa aula e na próxima, eu vou passar alguns exercícios para isso. Tem dias que a gente tá mais tenso, o vibrato fica mais preso, quando a gente tá mais relaxado, o vibrato funciona melhor. O importante é praticar sempre para que isso fique natural. Como sugestão de exercícios para adquirir o vibrato ou melhorar o vibrato, nós vamos começar com exercício bem simples, que é segurando o instrumento aqui na posição como se fosse violão, e eu não tô preocupado sustentar o peso do instrumento, eu vou fazer pressionar levemente a corda com cada dos dedos sentindo que eu consigo manter a flexibilidade das juntas. Então, eu faço movimentos lentos e aos poucos eu vou variando a velocidade e junto com o aumento da velocidade, eu vou diminuindo a amplitude e relaxo novamente. Para quê? Para conseguir naturalidade nessas juntas, na articulação de maneira que elas consigam pressionar a corda contra o espelho mantendo a flexibilidade. Então, isso é bom exercício para se fazer quando você tá vendo televisão ou fazendo qualquer outra coisa para ir ganhando naturalidade com o movimento. Então, essa seria a primeira etapa. Na próxima aula, eu vou passar as etapas que a gente segue para aprimorar o vibrato segurando na posição normal que a gente toca. Até a próxima. [ÁUDIO_EM_BRANCO] [ÁUDIO_EM_BRANCO] [ÁUDIO_EM_BRANCO]