[MÚSICA] Chegou o momento de falar sobre transformação do modelo de negócio, a evolução do modelo do marketing na era dos dados. Quando a gente fala de transformação de modelo de negócio, a gente precisa voltar e entender como o marketing digital foi instalado a partir da lógica do marketing. O marketing digital, ele trouxe uma nova forma de pensar o negócio. Então, aqui eu vou começar com uma frase muito interessante que é "Quase nada substitui bom site. Só produto muito bom, acessível e gratuito." Quem falou essa frase foi o Larry Page, dos fundadores do google, que fez exatamente isso, não só ele fez site que é bom produto, é produto acessível e gratuito, como isso também é site. A forma como o Google funciona, revela exatamente essa lógica de pensamento. O Google é site muito simples, todo mundo já usou e ele tem uma interface absolutamente sintética, tem lá campo de busca, e tu pode fazer uma pesquisa cima de palavras chave. O que parece ser muito simples, na verdade, por trás é absolutamente complexo. Mas não só isso. É muito complicado entender que essa lógica de pesquisa por palavra chave, é tão intuitivo assim nos tempos de hoje. Porque já não foi assim, algum momento do passado, a nossa busca, ela era pensada de outra forma, ela tinha índice remissivo cima do alfabeto. Hoje, a gente não vai parar num livro, buscar, saber que uma letra vem depois da outra, pra ir buscar o eletricista, a gente vai lá e escreve, eletricista, o nome da nossa cidade e eventualmente até o bairro. Até, o problema é que aconteceu, que a gente foi buscar resolver, porque assim a gente vai ter uma busca mais específica pro que a gente ta buscando. Já não foi assim, a busca que a gente faz no google era muito mais simples anos atrás, com menos palavras chaves combinadas. Hoje, a gente evoluiu para buscas mais complexas, com mais palavras chaves combinadas, fazendo com que essa busca fosse mais específica ainda. Mas vamos lá. Como é que o Google funciona? Quando a gente faz essa pergunta, a gente encontra no próprio google uma série de respostas, eu vou tentar dar para vocês aqui, exemplo que seja razoavelmente simples e que traga essa lógica de como a empresa funciona. Pra entender isso, a gente precisa voltar para a história do Google. O Larry Page e o Sergey Brin, são dois colegas de faculdade que começaram a empresa juntos. Eles começaram quando eles estudavam ainda Stanford e eles trouxeram essa lógica do meio acadêmico, pra construção da sua empresa. Pra explicar o Google, muita gente usa a lógica do leilão, tem o leilão entre oferta e demanda, muitas pessoas procurando determinados termo na internet, e muitas pessoas oferecendo esse conteúdo também. Por meio dos seus sites e conteúdos, entre vídeos e de várias naturezas. Quando a gente vai pra essa lógica, hoje, grande parte do tempo das pessoas na internet, está voltado pra usufruir do conteúdo na internet, cerca de 95% desse tempo e cerca de 5% do tempo que as pessoas estão na internet, é 5%. Dentro dessa proporção de tempo, que as pessoas passam 95% do tempo, usufruindo do conteúdo da internet e cerca de 5% do tempo pesquisando novos conteúdos na internet, o Google tem intenção de reduzir cada vez mais, esses 5% do tempo. O que parece contra senso, porque seria menos tempo usufruindo da sua própria plataforma, que é onde eles monetizam a maior parte da sua receita. Parece contra senso, porque é nesses 5% de tempo, que o Google monetiza a maior parte do seu faturamento. Mas, essa lógica faz muito sentido, porque, se a gente usar cada vez menos tempo, buscando conteúdo na internet, e cada vez mais tempo usufruindo da internet, a gente vai buscar muito menos concorrente do Google pra fazer essa finalidade da busca. Pra entender essa lógica de funcionamento do Google, eu vou voltar com vocês lá para Stanford, pra fundação do Larry Page com o Sergey Brin. Os mais novos talvez não lembrem, mas, quem já passou por isso, vai lembrar dessa experiência. Quando a gente chega numa biblioteca, a gente quando vai consultar o bibliotecário, a gente pergunta "olha, eu to procurando aqui livro, eu não conheço exatamente o título dele, mas eu sei que o nome do autor é William Shakespeare e ele tem uma frase ali, ser ou não ser, és a questão, o senhor, a senhora sabe qual que é esse livro?" E o bibliotecário, como grande estudioso e uma pessoa muito organizada, vai falar "eu sei qual que é esse livro, eu vou te trazer aqui" e ele coloca no balcão da biblioteca, uma série de opções de livros, então, ele coloca o livro que saiu mais, que tem mais procura, tem uma edição que é capa dura, que é mais clássico, tem outro que é uma versão ilustrada, tem uma versão quadrinhos também do livro, então, ele traz uma série de opções, pra experimentar essa sua interface, o que que faz mais sentido pra ti como leitor. Passa uma semana, tu trouxe lá o livro, e trouxe seu comentário de volta, "gostei muito dessa edição, eu só senti falta de ilustrações, eu só senti falta porque as letras estavam muito pequenas, eu preferia uma letra maior, porque minha visão já não funciona tão bem", essa conversa, como esse bibliotecário é muito atencioso, ele vai guardando essas informações, e aí, nessa volta, quando tu trouxe livro de volta, a pessoa, o bibliotecário pergunta "tu quer ler outra coisa" e aí tu vai e pergunta de outro livro, pergunta de outro livro e vai estimulando suas pesquisas, com isso, essa pessoa já entendeu, o seu estilo de leitura, o seu estilo de interface de livro que tu prefere, se é capa dura ou capa mole, se é uma letra maior ou menor, se é ilustrado ou sem ilustração. Com isso, a oferta desses livros pras suas próximas leituras, vai ser muito mais simples e intuitiva, e essa recomendação acaba sendo muito mais clara, dessa forma, o seu processo de pesquisa dentro da biblioteca, acaba sendo menor, provavelmente não vai procurar outra biblioteca pra encontrar a sua sugestão de livros, dessa forma, a sua busca por leituras vai ser muito mais eficaz, o seu processo de leitura vai ser muito mais prazeroso, e a sua recorrência nessa biblioteca vai fazer muito mais sentido. É mais ou menor por aí que o Google funciona. Pensa, quando a gente faz buscas recorrentes e acaba levando ao Google mais informações sobre o seu processo de busca e a seu interesse de leitura, esse processo acaba sendo cada vez mais fluido e mais interessante, fazendo com que seu tempo de busca reduza e o seu tempo de usufruto do seu estudo ou a sua interação com entretenimento, seja cada vez melhor. Vamos pensar exemplo aqui, vamos supor que o seu interesse por esportes seja voltado pelo Golf. Então, uma série de pesquisas e buscas, interesses cima de campo de golf, bolinhas de golf, taco de golf e uma série de pontos ali que estão relacionados a esse campo semântico e muitas vezes com essa palavra chave incluída. Então, o seu computador, ele tá ali muito voltado para esse tema. Usando muito essa palavra "Golf" como uma palavra chave importante. Só que, amigo seu, seu colega de trabalho tá pensando trocar de carro e essa pessoa já decidiu que vai trocar de carro por carro razoavelmente compacto, ele quer determinada configuração de motor, ele tem algum interesse, ele já decidiu, ele quer comprar carro que se chama "Golf". Por exemplo, as buscas dessa pessoa, tão voltadas pra esse campo semântico também. E vai, só que as pesquisas estão combinadas com outros fatores, por exemplo, motor, por exemplo, cor, motorização, concessionária e por aí vai. A compra não é de curto prazo, ele tá só pesquisando nesse momento, e esse processo vai durar alguns meses. Supondo que, determinado momento, tu ia fazer uma pesquisa sobre seu taco de golf, tá sem o seu computador no momento e acabou entrando no computador do seu amigo pra fazer essa pesquisa, quando pesquisar campo golf, provavelmente tu vai se surpreender com uma resposta do Google, com outras, outros resultados de site que sejam diferentes da sua expectativa, porque? porque o computador do seu amigo está condicionado pra trazer resultados com a palavra golf, mas direcionado ao setor automobilístico e não ao setor esportivo. E isso faz uma diferença grande se for ao contrário também, se ele pesquisar golf no seu computador, ele vai encontrar ali respostas muito mais voltadas ao esporte golf, mesmo que ele esteja buscando golf no modelo esportivo. Essa quebra de expectativa acontece justamente porque? o google está dentro daquele máquina, dentro daquele histórico de pesquisas no seu computador, levando a tipo de resultado e não a outro e isso é muito dentro da lógica daquela bibliotecária ou do bibliotecário que vai te dar uma resposta de livro voltado ao seu interesse pessoal. Engraçado que isso não acontece só numa recorrência de busca dentro do seu computador. Acontece também com algumas palabras chave, dentro de ciclo sazonal. Por exemplo, se eu pesquisar por "Peru" períodos do meio do ano, maio, junho, julho, que é período de alta sazonalidade de viagens pra Machu Picchu e se eu fizer uma pesquisa muito ampla é provável que o Google me responda com resultado de busca voltados a turismo. E se eu pesquisar por "Peru" novembro ou dezembro, ele vai me responder com resultados voltados a receitas de peru de natal, pra preparação da ceia. Isso é uma quebra de expectativa natural, porque? porque dificilmente alguém vai preparar uma ceia de natal no meio do ano e é muito provável que a pessoa vá buscar fazer essa receita no final do ano, e muito menos viajar pra Machu Picchu que é periodo que não é tão explorado pra turismo na região. E eu vou além, essa pesquisa pode ser ainda mais complicada, porque? porque peru inglês é "turkey", e turkey é também o país "turquia" e essa lógica funciona outros idiomas e outras regiões também. Tudo isso faz sentido, levando também pro seu negócio, e essa lógica de pesquisa e customização evolui muito no digital, então, toda customização funciona também pro setor do entretenimento, se a gente entrar hoje no Netflix, a gente vai ter N interfaces do Netflix, a interface pra mim, pode variar muito, de acordo com o meu interesse de busca, diferente do seu interesse, porque por exemplo o Netflix vai trazer como uma tela pra apresentar determinado filme ou série que tenha uma imagem que leve a ação, e se eu gostar mais de filmes românticos, ele vai pegar frame do filme que demonstre o interesse ou que mostre uma cena que também seja romântica, pra tentar me atrair e mostrar que esse filme ou série pode ser interessante pra mim também. Ou seja, a customização pelo meu perfil de interesse e meu histórico de navegação, me leva a despertar o interesse pra determinado tipo de produto que tá ali dentro da [INCOMPREENSÍVEL] serviços do Netflix. Ou seja, essa lógica de customização e de [INCOMPREENSÍVEL] de adequação de discurso, pra cada perfil de cliente, pode funcionar não só pra Google, pra Netflix, como também, como foi o caso do cinema, como também o caso das gravadoras, também o caso dos periódicos, o caso de mobilidade urbana, finanças, saúde e outros mercados. Essa lógica funciona pra quase qualquer tipo de mercado, basta experimentar e testar o que pode funcionar. E, nessa lógica de simplificar a vida das pessoas, encurtar o tempo de busca, e levar uma adequação melhor ainda, de produto pra tipo de busca, melhora a vida das pessoas. Isso tem muito valor. Essa curva crescente aqui é o histórico de ações do Alphabet, que é a holding que o Google faz parte. Eu espero que essa curva crescente seja também o caso da sua empresa, a partir do momento passar a fazer uso desse tipo de lógica pro seu negócio também. [MÚSICA]